Hoje vou comentar sobre como a pandemia do Coronavírus pegou de surpresa pessoas do mundo inteiro, principalmente os brasileiros.
A tendência natural da maioria das pessoas é se acostumar com as situações que lhe são cômodas e ali permanecer.
Encontrei há vários anos na neurociência uma das prováveis explicações para isso: o nosso cérebro dá preferência às coisas que causam menor ou quase nenhum esforço, ou ainda às coisas que já foram assimiladas pelo inconsciente e se tornaram automáticas para nós.
E para ser honesto, em muitos aspectos de minha vida, eu admito que me acomodei, assim como grande parte da população, mas jamais me descuidei da parte financeira, que para mim sempre vem em primeiro lugar.
Vejo pouquíssimas pessoas que tiveram o cuidado de preparar um "plano B", uma segunda opção, caso perdessem a principal fonte de renda de suas vidas. Aprendi esta lição em 2002 quando li o livro "Pai Rico, Pai Pobre" - no final do texto tem um link caso você queira comprá-lo.
Contudo, outros brasileiros estão, com toda a razão, completamente desnorteados porque não têm reserva financeira mínima e muito menos uma segunda opção, um "plano B". Uns porque foram imprudentes e nunca se preocuparam em fazer uma poupança, ou gastaram até o limite do salário ou além dele, sem que isso fosse necessário, ou seja, com coisas supérfluas, ou outros porque realmente não tinham sequer de onde tirar o básico do sustento. Mais uma vez lembro aqui a importância da educação financeira (leia aqui o artigo A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA EM TEMPOS DE CRISE).
Tirando todos aqueles que estão na zona de extrema ignorância, que se reflete na extrema probreza, e que devem ser considerados uma exceção, noto que o problema não reside apenas na questão da educação financeira, mas reside também, e muito, no comodismo.
Lembro-me de duas discussões que tive em redes sociais há alguns anos, por conta de comodismo.
A primeira, no antigo e extinto Orkut, eu fazia parte de um grupo de discussão sobre o famoso filme "O Segredo", que fez com que muitos indivíduos completamente "sem noção" acreditassem que bastava eles ficarem meditando o dia inteiro, por exemplo, em uma Ferrari, imaginando-se pilotando-a, que ela iria, do nada, "cair no colo" deles. Nem se a Ferrari fosse de brinquedo isso iria acontecer. Aliás, uma foto com uma mulher imaginando uma Ferrari vermelha foi exatamente a capa de uma das revistas de maior circulação no Brasil, falando sobre este tema. Teve um dia que eu me enchi com a quantidade de gente reclamando que ficava meditando o tempo inteiro e nada acontecia, que acabei me manifestando e alertando-os que a meditação coloca o foco naquilo que se quer, mas se a pessoa não tomar ações para conseguir aquilo, nada acontecerá. Em neurociência aprendemos que se não mudamos os hábitos, sempre teremos os mesmos resultados. Hábitos são construídos em cima de crenças, e as crenças em cima de valores. Isto quer dizer que as mudanças de hábitos ocorrem e precisam ocorrer em um contexto mais profundo, caso contrário os resultados serão os mesmos de antes. Para qualquer mudança ocorrer em sua vida, obrigatoriamente você vai ter que sair de sua zona de conforto. Quem você conhece que está a fim de sair de sua zona de conforto?
A segunda, no Facebook de um amigo, quando critiquei o comodismo de algumas pessoas, e um "sem noção" falou que a culpa não era da pessoa e sim da sociedade que não dá oportunidades e também do Governo que não dá educação. Respondi que oportunidades não "caem no colo" das pessoas ao acaso, que precisam "correr atrás" delas e quanto à educação, cada um é responsável por buscar sua própria evolução. É muito fácil a pessoa não fazer nada, querer que tudo chegue pronto para ela e ainda colocar nas "costas" dos outros a responsabilidade que deveriam ter sobre as próprias vidas.
Toda esta explicação sobre comodismo apenas para falar que hoje as pessoas estão sendo vítimas da pandemia de Coronavírus (no aspecto financeiro) e de suas próprias condutas desleixadas.
Exigem respostas imediatas do Governo para as consequências advindas de suas escolhas erradas, mas se formos realmente honestos, vamos chegar à raiz do problema que é um só: acomodação, preguiça. É como diz o ditado: "todos gostam de sombra, mas só poucos plantam árvores".
Sei que ao lerem isto, incontáveis pessoas vão entrar em processo de racionalização e inventar todo o tipo de "desculpa esfarrapada" para se justificar. Perda de tempo, pois os fatos, os resultados, falam por si só. Estão apenas tentando enganar a si mesmas, pois aos outros, que têm um mínimo de capacidade de reflexão, nunca enganarão.
Ter maturidade para admitir os próprios erros, frase que vivo repetindo nos artigos que escrevo sobre a conduta lastimável de péssimos síndicos em condomínios, e que vale para qualquer situação, é o primeiro passo para começar a resolver o problema.
Depois de admitir que errou, de forma extremamente simplista, esclareço que o próximo passo é estabeler um plano de ação para sair daquela situação. Depois disto, diariamente precisará pensar naquele plano de ação para manter-se focado no objetivo e tomar ações efetivas para que cada uma das ações de seu plano aconteçam. Parece fácil, mas não é. Ainda assim, precisa ser feito.
Será que o povo brasileiro vai aprender uma lição de verdade por conta do que passou durante a pandemia de Coronavírus?
Eu duvido, mas para o bem do Brasil, torço para que minha percepção esteja equivocada.
E você, o que acha?
Você pode comprar o livro PAI RICO, PAI POBRE ao qual me referi no texto acima, no link abaixo:
2 comentários:
Parabéns pelo artigo...acho que um boa parte da população vai aprender um pouco com tudo isso mas como a memoria sempre e curta logo, logo tudo vai voltar ao mesmo...
Obrigado pelo comentário.
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