Informo que este texto não é uma recomendação de investimento.
Esta é a segunda parte ou continuação do texto que fala sobre uma estratégia financeira diferente e que funciona. A primeira parte do texto pode ser encontrada
NESTE LINK.
Quero ressaltar que esta estratégia financeira provavelmente não é adequada para aquelas pessoas que pretendem fazer especulação na Bolsa de Valores, ou seja, comprar ativos quando os preços estão baixos para vendê-los tão logo os preços subam.
Vou falar um pouco sobre alocação de capital e outras coisas.
EM QUE ALOCAR O DINHEIRO?
Segundo as premissas da estratégia financeira que sigo, pelo menos setenta por cento (70%) de todo capital investido deve estar em aplicações que estão categorizadas como seguras, como por exemplo CDB, Fundos DI, Fundos de Renda Fixa, etc, preferencialmente aquelas aplicações que são garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que no dia em que escrevo este texto, garante em até duzentos e cinquenta mil Reais (R$ 250.000,00) alguns tipos de investimento, caso a instituição financeira em que eles se encontrem venham a falir.
Este capital aplicado em investimentos ditos seguros é também chamado na estratégia de Reserva de Emergência, e conforme expliquei no texto anterior, deve ser de pelo menos 12 vezes o valor da sua despesa mensal. Pode ser menos? Posso fazer outros tipos de investimento? Para ambas perguntas a resposta é a mesma: claro que pode, pois é você quem decide o que fazer com seu dinheiro. Estou apenas relatando os critérios da estratégia financeira que sigo.
As aplicações de Renda Fixa, teoricamente, são menos arriscadas. Contudo, existem também as aplicações em Renda Variável que são conhecidamente mais arriscadas.
APLICAÇÕES EM RENDA VARIÁVEL
A estratégia financeira que descrevo nestes textos contempla o investimento de no máximo trinta por cento (30%) de todo capital em aplicações de Renda Variável, que conforme o próprio nome diz, oscila bastante e nunca é demais dizer que é impossível prever o comportamento do Mercado Financeiro. Pode ser mais de 30%? Como já disse, pode, pois quem decide o que fazer com seu dinheiro é você.
Uma das maneiras de minimizar ao máximo a possibilidade de perdas causadas pelas oscilações e outros fatores é escolher bons ativos, boas empresas e pagar um preço adequado por estes ativos.
O que quero dizer com bons ativos? Vou citar um exemplo: se eu for comprar uma ação do Banco do Brasil, sei que é uma empresa sólida, com mais de duzentos anos de existência e acima de tudo é uma empresa que paga regularmente bons dividendos. Historicamente é uma empresa que seria uma boa candidata para eu investir.
Saber isto basta para eu sair comprando ações do Banco do Brasil? NÃO!
O que mais interessa na estratégia financeira é o recebimentos mensal de proventos, pois trata-se de uma estratégia previdenciária.
Se você paga um preço muito alto por uma ação, a rentabilidade recebida pode ser muito baixa, se comparada ao preço pago pela ação. Portanto, preço de um ativo financeiro importa, e muito, nesta estratégia financeira.
Em outras palavras, existe um valor máximo que você pode pagar por um ativo na tentativa de evitar ou minimizar perdas financeiras e este valor é chamado de PREÇO-TETO.
CALCULANDO O PREÇO-TETO
Como a estratégia previdenciária é baseada em recebimento de proventos, o preço que você paga no ativo é importante para saber o quanto está ganhando.
Vamos supor que você queira comprar uma ação fictícia chamada XPTO4, pagando nela o valor de dez Reais (R$ 10,00)
Esta empresa pagou nos últimos 6 anos para cada ação os seguintes valores, por ano:
2024 = R$ 1,20
2023 = R$ 1,15
2022 = R$ 0,95
2021 = R$ 0,98
2020 = R$ 0,80
2019 = R$ 0,85
Levando em conta o rendimento líquido mínimo aceitável de 6% ao ano, segundo a teoria do Décio Bazin, temos a seguinte fórmula:
1-) Somamos os valores pagos anualmente durante os últimos seis anos.
Soma = 1,20 + 1,15 + 0,95 + 0,98 + 0,80 + 0,85
Soma = 5,93
2-) Calculamos a média de valores pagos nos últimos 6 anos dividindo esta soma por 6.
Média = Soma / 6
Média = 0,9883 aproximadamente
3-) O preço-teto é encontrado dividindo a média dos valores de proventos pagos nos últimos seis anos por seis por cento (6%).
Preço-teto = Média / 0,06
Preço-teto = R$ 16,47 aproximadamente
Isto que dizer que o preço máximo que você vai poder pagar por esta ação fictícia XPTO4 é de R$ 16,47. Se pagar valor superior, você não estará realizando os 6% de lucro mínimo esperado.
Como neste exemplo você iria pagar o valor de dez Reais (R$ 10,00) por cada ação, estaria comprando a mesma por um bom preço.
Saber o preço-teto é suficiente para sair comprando uma ação? Não.
No próximo texto vou fazer mais algumas considerações sobre o assunto.