sexta-feira, 13 de maio de 2011

A ONDA


Nossa colega Sol, do grupo do Life, enviou-nos esta mensagem, que aparentemente foi concebida para retratar os fatos ocorridos no Japão, há algum tempo atrás, quando houve o terremoto, seguido do tsunami.

Independente disto, o texto traz mensagens importantes:

Tristes tempos os nossos, em que o individualismo exacerbado impera como regra amplamente difundida e aceita.

Vidas reduzidas a minúsculas caixas, pequeninas zonas de conforto.

Projetos existenciais reduzidos aos interesses próprios e aos da família imediata.

A superficialidade das conversas que ocupam as relações sociais e o nosso dia-a-dia comprova a miopia existencial que impera.

“O meu carro ‘zero’! O plano de saúde ‘top’ da minha família”.

“O meu salário e a minha renda. O apartamento maior para onde em breve pretendo me mudar.”

“O roteiro de férias da minha família! Quer ver as fotos dos meus filhos, em Orlando, com Mickey e Pateta?”

“O meu laptop de última geração! Não que o outro, que havia comprado há pouco, fosse ruim, mas lançaram este e tenho que ostentar.”

“O meu tempo livre: Big Brother, Faustão, passeio no shopping, futebol e novela...”

E vem a onda gigantesca sacudir as nossas rasas convicções, e remeter os olhos dos que queiram enxergar, para as coisas que realmente importam.

Diante das forças imponderáveis da existência, até mesmo o monte Fuji vê sua opulência perdida.

Era para ser mais um dia de rotina e afazeres, como outro qualquer, não fosse a grande onda.

Um breve instante, e tantos planos, projetos e existências arrasados.

Viver é dançar na corda oscilante do inesperado.

Não convém depositar a nossa confiança nos bens materiais, nos dias e nas horas.

Os bens materiais não resistem às tempestades e intempéries da vida. Não convém depositar neles a nossa confiança.

“Impermanência” é o outro nome para a vida terrena.

A vida é como uma rosa que nos inebria com o seu perfume e nos dilacera com os seus espinhos.

Sabedoria é empreender a travessia pelo árido deserto da existência, rumo ao oásis verdejante da essência.

E de frente para o mar, absortos em pensamentos, ponderamos: “A vida é breve demais para que a façamos pequena.”

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