Segunda-feira. Eu estava tão animado para começar minha jornada de trabalho na França, mas era feriado. Que pena! (hahahaha).
Já que não podia trabalhar, não tive outra opção a não ser ir até a estação Matabiau, que ficava próxima ao meu hotel, e ver qual era o próximo trem para Carcassonne.
Alguém me disse que existe um ditado na França que diz que ninguém pode passar pela vida sem conhecer o famoso castelo de Carcassonne. Então, hoje seria o meu dia de conhecê-lo.
Pedi informações no balcão de atendimento, comprei a passagem e ia entrar no portão de embarque para pegar o trem, quando me lembrei de uma informação que minha professora havia falado uma vez: "Na França, se você for pegar um trem, antes de entrar nele você tem fazer uma coisa chamada 'composter' na passagem". Este tal de 'composter' nada mais é do que inserir a passagem em uma máquina amarela que se parece com um parquímetro e a máquina registra o nome da estação, a data e a hora. Se você não fizer isso e o fiscal pegar você dentro do trem, você paga uma multa razoavelmente alta.
Com a passagem devidamente "compostada" e acomodado no trem, começou minha viagem até Carcassonne. Os trens são relativamente rápidos. Tanto no caminho de ida como no caminho de volta, paramos na cidade de Castelnaudary antes de chegar a Carcassonne.
Antes de sair do Brasil, perguntei a uma amiga que já havia ido de carro até Carcassone, se o castelo ficava próximo à estação de trem. Ela me disse, que ficava sim, bastava atravessar uma ponte sobre o rio e o castelo estaria bem na frente. Cheguei em Carcassone com esta referência da localização do castelo. Logo na frente da estação: um rio, uma ponte, mas onde estava o castelo? Será que era muito pequeno?
Resolvi seguir um grupo de pessoas que estava atravessando a ponte. Passado algum tempo, resolvi tomar meu próprio rumo. Parei em uma praça onde havia uma exposição de arte e perguntei ao expositor que direção deveria tomar para chegar no castelo. Ele me disse que eu deveria pegar uma estrada de número tal em direção a algum lugar e deu mais indicações. Estrada? Eu estava a pé! Tive a impressão de que não perguntei corretamente em francês.
Continuei a caminhar e cheguei em uma igreja enorme, muito antiga (Cathédrale Saint-Michel). Fui até outra praça e encontrei um senhor sentado no banco. Perguntei a ele onde ficava o castelo. Ele me indicou a direção correta (eu estava indo na direção oposta). Agradeci e segui caminhando por uns 20 minutos. Fui chegando perto de um rio e depois do rio, em cima de um morro, eu simplesmente não acreditei... Na mesma hora me lembrei de quando eu era pequeno e ouvia aquelas estórias de castelos, cavaleiros e tudo mais. Era incrível estar no meio daquilo.
Os primeiros sinais de ocupação de Carcassonne datam aproximadamente do ano 3500 A.C. Por volta do ano 100 D.C., os romanos fortificaram a colina onde hoje se localiza o castelo. Desde então, Carcassonne passou pelas mãos de vários povos, até ficar definitivamente com os franceses. O castelo foi construído em várias etapas. Por pouco o castelo não foi demolido no século XIX e graças a algumas pessoas ele foi restaurado.
O Castelo de Carcassonne tem suas muralhas externas cercadas por um pequeno fosso. Na entrada principal, chamada de Porte Narbonne, tem um portal com uma pequena ponte levadiça. Depois de atravessá-la, você tem outra muralha e outro portal para atravessar. Por trás destas muralhas existe uma cidadela chamada Cité de Carcassonne (não confundir com a cidade de Carcassonne, onde está localizado o castelo). Construções antigas e mais novas fazem parte desta sociedade onde você encontra restaurantes, bares, lojas, e até um hotel. Andando lá por dentro, você vai se deparar com outra muralha e dentro destas muralhas um outro castelo, chamado de Château Comtal. Para entrar no Château Comtal você paga 8 euros e tem que ser com cartão de crédito ou cheque de algum banco francês, pois eles não aceitam dinheiro (frescuras de primeiro mundo).
Através dos acessos internos do Château Comtal você consegue subir e andar pelas muralhas internas e torres do castelo de Carcassonne. O Château Comtal ainda abriga um museu muito interessante, com pinturas, esculturas, objetos da época e mais um monte de outras coisas.
Caminhei sem parar por todo o castelo, incluindo muralhas, prédios, torres, por mais de 4 horas. Infelizmente não pude ver tudo. Ainda dentro do castelo, visitei a Basilique Saint-Nazaire, uma igreja muito bonita.
Como tinha que pegar o trem de volta a Toulouse, passei rapidamente em uma loja do castelo para comprar algumas coisas e voltei para a estação de trem. Cheguei um pouco adiantado e parei em uma lanchonete para tomar um lanche. Em poucos minutos, peguei o trem de volta para Toulouse. No dia seguinte, nada de passeios - trabalho pelo resto da semana!
Minha impressão: Carcassonne é uma cidade pequena e cuja grande atração é sem dúvida o castelo. Fora isso, não vi nada de mais interessante na cidade. O passeio para conhecer o Castelo vale muito a pena.
Você pode ver mais fotos de minha viagem a Carcassone no link http://viajamos.com.br/photo/albums/carcassonne-franca
Você pode ver mais fotos de minha viagem a Carcassone no link http://viajamos.com.br/photo/albums/carcassonne-franca
( Texto e fotos: Wilson Luiz Negrini de Carvalho )
Se você pretende viajar para a França, recomendo os dois guias a seguir. Eles poderão ser de muita ajuda: