quinta-feira, 27 de agosto de 2015

PLATÃO E O CARRO



Na minha busca constante pelo conhecimento, deparei-me com uma situação no mínimo curiosa.

Em Florença (Itália), existe a biblioteca Laurenciana, onde podemos encontrar manuscritos em grego, das obras de Platão.

Existe um diálogo chamado Fedro, escrito por Platão provavelmente por volta de 370 A.C., onde podemos curiosamente ver a seguinte descrição, que é conhecida também como o Mito do Cocheiro.

"Pois bem, os cavalos e os cocheiros dos Deuses são todos bons e de boa origem, mas os dos outros (humanos) são misturados. O que nos diz respeito (a nós humanos), é que existe um cocheiro que conduz um carro com uma dupla de cavalos, sendo que um destes cavalos é bonito e formoso, que nos leva para o alto, e está repleto de boas qualidades, enquanto o outro cavalo é completamente o contrário, com más qualidades, que nos leva para baixo, e que nos resultará numa dificuldade em lidar com ele."

Existem mais detalhes no texto obre as características dos cavalos, que deixa bem claro que um é o oposto do outro, e também outros detalhes que nos remetem à imagem acima.

Ao ler o texto de Platão, tem-se uma idéia bem formada sobre o equilíbrio do bem e do mal, da razão e da emoção, que no meu entendimento, é bem representada pelos cavalos da carta número 7 do Tarot. Não estou dando aqui o significado desta carta. Estou apenas analisando a sua aparência.

Na imagem acima, do Tarot de Arthur Edward Waite, os cavalos foram substituídos por duas esfinges, mas no Tarot de Marselha, cujos desenhos das cartas remontam a tempos anteriores ao de Waite, existe efetivamente cavalos, e é possível notar claramente as descrições dadas por Platão.

Ninguém sabe ao certo sobre a origem das imagens das cartas de Tarot, mas deixo aqui a minha percepção sobre pelo menos uma das cartas: O CARRO.

( Texto e foto : Wilson Luiz Negrini de Carvalho )


Para aqueles que desejam conhecer um pouco mais sobre o Tarot, segue a sugestão de um livro:

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