sexta-feira, 31 de outubro de 2025

OS OTÁRIOS E OS APLICATIVOS DE APOSTAS


Este texto não é uma indicação de investimento.

Na minha opinião, se existe um país em que tem otários de monte, este país é o Brasil.

E o pior, são pessoas que pensam que são espertas e que sempre levam vantagem em tudo - a pior espécie de otário.

É nesse "paraíso de trouxas" que empresas de apostas feitas eletronicamente estão prosperando e ganhando bilhões de Reais em pouco tempo.

Por outro lado, pessoas e famílias estão conhecendo o prejuízo, a ruína financeira e pessoal por conta destes jogos.

As empresas desenvolvem aplicativos de apostas que chamam a atenção e estimulam o cérebro das pessoas através de uso de cores, animações e até mesmo gatilhos mentais.

As estratégias de propaganda são as mais criativas...

Mostram celebridades ou influenciadores defendendo o uso do aplicativo ou até mesmo usando o aplicativo e ganhando dinheiro, mas o que as pessoas não sabem é que na propaganda, o intuito é mostrar que quem esteja fazendo a aposta ganhe mesmo - é apenas uma propaganda e a pessoa que está assistindo entende aquilo como algo verdadeiro.

Vi propaganda que, no meu entendimento, falava que quando a pessoa está cansada em seu trabalho, pode desfrutar de algum intervalo de descanso e lazer jogando e fazendo apostas - é ridículo, mas tem otário que acredita e o pior, joga.

Os otários não percebem que SE GANHAREM ALGUMA COISA, ganharão muito pouco. Estes poucos ganhos servem como isca para que a pessoa gaste ainda mais, achando que vai ganhar muito, mas não vai.

Será que a pessoa não pensa que as probabilidades de vitória estão voltadas mais para a empresa de apostas do que para ela?

Existe ainda aqueles que alegam que apostar é apenas uma distração pela qual você paga como qualquer outra distração. São coisas diferentes. A partir do momento em que lhe traz vício e prejuízo, já não pode ser considerado como um lazer, uma distração.

Se a pessoa quer apostar, que aposte em loterias oficiais do Governo, onde a probabilidade de ganho é real, embora seja distante.

Mesmo a Bolsa de Valores não sendo um cassino, se a pessoa tem tanta necessidade de apostar, tem a opção de comprar mensalmente, por exemplo, fundos imobiliários, em que todo mês haverá um pagamento de proventos para o comprador, lembrando que existem fundos imobiliários que custam na faixa de dez Reais e até menos. Entendo que o ganho é quase que certo, desde que a pessoa opte por comprar um bom fundo imobiliário.

Outra opção ainda dentro da Bolsa de Valores é a compra de ações de empresas que são reconhecidamente pagadoras de dividendos, tendo ações que custam menos de dez Reais.

O problema é que as pessoas ficam atraídas pela falsa expectativa de ganhos altos e fáceis, cujas probabilidades reais apontam para poucas ou nulas chances de se realizarem.

Ricos e experientes investidores falam que a riqueza não vem da noite para o dia. Uma vez que são ricos e já passaram por várias experiências no mundo financeiro, sabem do que falam.

Eu não recomendo aplicativos de apostas eletrônicas em hipótese alguma e sou da opinião de que quem perde tempo e dinheiro com isso é um otário, um "trouxa". Contudo, cada um é dono de sua vida e faz o que preferir - só não tem o direito de reclamar pelas consequências oriundas de suas escolhas.

terça-feira, 30 de setembro de 2025

UMA QUESTÃO DE RESPEITO



A prática do desrespeito no Brasil está ficando cada vez mais comum.

Você é desrespeitado em todos os âmbitos, por todo tipo de pessoa.

Algumas formas de desrespeito são mais graves, outras, nem tanto. Ainda assim é desrespeito.

Eu escolhi este tema sobre respeito porque quero contar uma situação que aconteceu comigo faz aproximadamente um mês e ela se refere a um dos bancos com que trabalho (por enquanto).

Um gerente que nunca via na minha vida enviou uma mensagem através do "Whatsapp" para mim COMUNICANDO-ME de que minha conta-corrente bancária seria migrada para um segmento superior ao qual pertenço hoje, a partir de uma determinada data.

O fato causou-me grande estranheza, pois não solicitei, tampouco autorizei tal mudança, ainda mais feita de maneira tão intempestiva e impositiva como esta.

Entrei no "website" do banco para saber mais informações sobre o tal segmento, que por sinal é uma novidade no próprio banco.

Ao ler as informações do "site", vi que "os clientes de outros segmentos estariam sendo CONVIDADOS para participar desta nova experiência".

Consultei novamente a mensagem que havia recebido do gerente e não havia nenhum CONVITE, mas sim uma IMPOSIÇÃO. Eu fui NOTIFICADO pelo gerente e decididamente aquela mensagem não tinha, nem de longe, como ser entendida como um CONVITE.

Senti-me desrespeitado, pois não havia sido dada a mim qualquer alternativa ou possibilidade de escolha.

Diante do desrespeito praticado pelo banco, eventuais vantagens e benefícios que a mudança de segmento poderia me trazer, perderam totalmente a relevância.

Para as pessoas que possuem aquela necessidade doentia de aparecer e ostentar, a mudança de segmento cairia super bem, mas não para mim.

O que me restou fazer foi abrir uma reclamação no Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) do banco, manifestando a minha discordância com a mudança de segmento, e com o número de protocolo obtido deste atendimento, abri uma queixa contra o banco no Banco Central e no Procon.

Mesmo com as três reclamações registradas, o pessoal do banco não teve vergonha na cara, e continuou insistindo na mudança.

Durante uma semana precisei "trocar farpas" através do "Whatsapp" com dois gerentes, sendo que um deles se apresentou como "Head" do banco.

Depois de muita briga, finalmente tive minha escolha respeitada - minha conta-corrente não seria mudada de segmento.

O resultado final desta história por conta de toda esta palhaçada é o seguinte:
  • Transferi para outro banco o recebimento de meu salário e de pagamentos que recebo de meus clientes - o banco que me desrespeitou perdeu.
  • Em breve estarei encerrando minha conta-corrente neste banco que me desrespeitou - o mesmo banco perderá novamente.
Sei que o fato de eu encerrar minha conta-corrente é irrelevante para o banco, mas a cada cliente que se perde e a propaganda negativa que fatalmente acontece...

JAMAIS serei cliente de um banco que não me respeita.

Respeito é bom e eu gosto.

domingo, 31 de agosto de 2025

A INFLAÇÃO NOSSA DE CADA DIA


Frequentemente escuta-se sobre a inflação calculada pelo Governo e muitos tipos de reajustes são baseados nisto. No momento em que publico este texto, a inflação calculada pelo Governo nos últimos doze meses está em 5,13%.

Só que esta inflação calculada pelo Governo, na realidade, não reflete o real aumento de preços ao qual a população está submetida.

Se formos analisar com atenção, cada pessoa tem sua "própria inflação", afinal de contas, compra produtos e serviços específicos, que atendem suas próprias necessidades.

Como fazemos para calcular a nossa "própria inflação", ou seja, a inflação que nos atinge?

Uma das maneiras que uso é escolher um mês do ano e guardar o cupom fiscal da compra mensal que faço no supermercado.

Cerca de três meses depois, pego o cupom fiscal da compra feita no supermercado naquele mês e comparo os preços dos produtos com os preços do cupom fiscal da compra que fiz três meses antes. Lembro que é importante sempre comprar produtos da mesma marca, com a mesma quantidade por embalagem, caso contrário, não dá para comparar nada.

Você pode comparar qualquer outra coisa que você consuma, não só produtos de supermercado.

O período de três meses é uma escolha minha. Você pode usar o período que quiser, de seis em seis meses, uma vez por ano, etc.

Baseado na minha experiência, a minha inflação é muito maior do que a apontada pelo Governo e é importante acompanhar isso. Às vezes você precisa fazer ajustes nos seus gastos para não deixar que os altos preços acabem impactando no equilíbrio financeiro mensal.

Você tem o hábito de acompanhar a evolução dos preços daquilo que você consome?

Mesmo que você tenha muito dinheiro, tome cuidado, pois gastos excessivos corroem patrimônio ao longo dos anos sem que você perceba.

terça-feira, 22 de julho de 2025

LIVRO MINDSET - A NOVA PSICOLOGIA DO SUCESSO


Título: Mindset. A nova psicologia do sucesso.

Autor: Carol S. Dweck, ph,D.

Editora: Objetiva

ISBN: 978-85-470-0024-0

Minha opinião: Um livro excelente no qual a autora descreve claramente as diferenças entre o "mindset" fixo e o "mindset" de crescimento, mostrando claramente as conexões que cada um tem respectivamente com o fracasso e o sucesso, citando exemplos reais nas áreas de esportes, negócios e relacionamentos. O melhor da leitura está no último capítulo do livro no qual é mostrada uma jornada em poucos passos para ajudar as pessoas a trabalharem em suas vidas o "mindset" de crescimento. Recomendo o livro, que por sinal faz parte da literatura sugerida na área de psicologia.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

MENDIGOS EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


Resido na região da Vila Ady-Anna em São José dos Campos (SP) há pelo menos 49 anos.

Nos últimos 10 anos tenho visto a população de mendigos, pedintes e moradores de rua aumentar vertiginosamente na região.

A Prefeitura tem serviço de encaminhamento de pessoas em condição de mendicância ao serviço social, que se chama Apoio Social que atua com veículos e agentes para recolher estas pessoas e encaminhá-las a um serviço de triagem que fará o direcionamento mais adequado à situação. Ainda andou fazendo uma campanha na cidade, inclusive com propagandas na televisão, pedindo para a população não dar esmola, principalmente no semáforos.

Para acionar o Apoio Social em São José dos Campos para ajudar uma pessoa nessas condições, ligue 153.

Dentre os tipos de apoio que no momento em que publico este texto a Prefeitura de São José dos Campos oferece a estas pessoas estão:
  • Atendimento em abrigos municipais.
  • Ajuda para restabelecer laços familiares e retorno à cidade de origem.
  • Auxílio na emissão de documentos.
  • Inclusão em programas de geração de emprego e renda.
  • Encaminhamento para tratamento de dependência química.
A Prefeitura tem, além dos abrigos, um lugar chamado Centro POP onde é oferecido às pessoas necessitadas:
  • Material de higiene pessoal, absorventes, roupas íntimas, corte de cabelo e banho.
  • Alimentação e acomodação para dormir.
  • Atendimento psicossocial e oficinas ocupacionais.
  • Canil e gatil.
É importante a população se conscientizar de que ao dar esmola, não está fazendo caridade, não está ajudando na obra de Deus e nem ajudando alguém. A maioria destes pedintes vai usar este dinheiro para comprar bebidas alcoólicas ou entorpecentes. Na realidade, ao dar esmola a um pedinte o cidadão muitas vezes está ajudando a financiar o tráfico de drogas.

O pedintes estão cada vez mais ousados e agressivos. Bloqueiam a sua passagem nas entradas ou saídas dos estabelecimentos comerciais, reclamam em voz alta que você não dá atenção a eles, isso quando não xingam você de algum palavrão por não ter dado nada a eles. Não me surpreende ouvir de vez em quando alguém contando que agiu de forma violenta com mendigos.

Outro dia fui seguido por um deles até o interior de um pequeno supermercado aqui da região da Vila Ady-Anna.

Na porta de entrada de restaurantes e pelas feiras livres da cidade é um verdadeiro assédio.

A última moda agora é ter mendigos parados na calçada ao lado de pequenos supermercados ou mini mercados, pedindo para você comprar algum produto alimentício para eles, sob a alegação de que eles vão usar isso para se alimentar. Infelizmente, tem gente que acredita nesta historinha, mas muitas vezes o que acontece é outra coisa. Os pedintes vendem o produto por um preço bem mais baixo do que vale só para conseguir dinheiro para comprar coisas que não prestam.

Cabe a você, morador de São José dos Campos, ajudar para que as coisas melhorem. Não doe absolutamente nada a pedintes. Eles continuarão pedindo e criando um monte de problemas porque tem gente que está dando. Já existem o Apoio Social da Prefeitura e entidades religiosas que ajudam.

Infelizmente tem muitos pedintes que não querem ajuda das entidades, não querem mudar, afinal de contas, sabem que basta fazer uma cara de coitado, falar com uma voz chorosa que tem um monte de otários que darão dinheiro a eles.

sábado, 12 de julho de 2025

FUTURO FINANCEIRO DE CRIANÇAS AUTISTAS


Informo que as informações abaixo NÃO SÃO recomendações de investimentos, mas apenas o compartilhamento de minha opinião sobre uma situação e o que eu faria se estivesse vivendo esta situação.

Como profissional atuante na Educação Infantil, e principalmente trabalhando com crianças deficientes, em sua grande maioria autistas, observo constantemente através de conversas que tenho uma falta de preocupação e despreparo das famílias com o futuro financeiro destas crianças.

Sei que existe a possibilidade de obter um auxílio do Governo para certas situações, mas isto com certeza não é suficiente.

Fico imaginando o que aconteceria se uma mãe viesse a morrer ou de alguma forma ficasse incapacitada repentinamente. Quem iria cuidar destas crianças e de que forma elas seriam cuidadas?

Falo sobre especificamente sobre a mãe porque muitas vezes o pai se afasta da família ao tomar conhecimento de que a criança é deficiente, numa tentativa infeliz de negar e se distanciar da situação.

Por outro lado, não posso deixar de elogiar veementemente os pais e mães que se unem fortemente para apoiar a criança deficiente.

Para questões relativas ao autismo em São José dos Campos (SP), vejo familiares lutando de várias maneiras para conseguir atendimento adequado e alguma melhoria no pouco que existe, que na minha opinião não atende às necessidades da população.

Voltando à questão do futuro financeiro destas crianças, é imprescindível que as famílias comecem imediatamente a pensar na possibilidade de fazer algum tipo de investimento financeiro para que possa ser usado no futuro, futuro este que percebo aqui no Brasil está cada vez mais incerto e tendendo a situações cada vez mais negativas.

Tem gente que pensa que para investir é necessário ter grandes quantias, mas não é verdade. Conheço pelo menos dois bancos que têm investimentos em Renda Fixa, como por exemplo fundos DI, que no momento são de baixo risco e seguros (garantidos pelo FGC), onde a pessoa pode começar a investir a partir de um Real (R$ 1,00).

É óbvio que investir um Real não vai trazer qualquer impacto financeiro, mas se a pessoa aumentar os valores investidos e fizer investimentos TODOS os meses com o valor máximo que ela puder, a expectativa é de que a coisa vá aumentando pouco a pouco e em algum momento no futuro exista uma quantidade razoável de recursos.

Independente da forma de investimento escolhida pela família, que pode ser até mais de um tipo de investimento financeiro, é algo que precisa ser pensado.

O futuro começa a ser plantado agora, e quando falo sobre investimento, refiro-me a algo de longo prazo, que vai levar dez, quinze, vinte anos ou até mais. Não é um investimento financeiro de curto prazo que vai trazer resultados.

Este alerta vale também para familiares de crianças que têm outras deficiências que não o autismo e também para aquelas que não são deficientes.

Você faz algum tipo de investimento para garantir o futuro de sua criança?



domingo, 8 de junho de 2025

INCLUSÃO NAS ESCOLAS



Uma coisa que me faz refletir bastante é a questão de inclusão nas escolas.

Outro dia estava vendo no Youtube um vídeo, ao vivo, num canal de São José dos Campos (SP) que apresenta todos os sábados um programa que fala sobre inclusão de pessoas deficientes.

Neste vídeo, uma das pessoas participantes falou, em tom de crítica, que inclusão na escola não é simplesmente "jogar' uma criança deficiente em uma sala de aula e pronto, a inclusão está feita.

Pela forma como a pessoa falou, tem-se a nítida impressão de que isso ocorre amiúde.

Em escolas particulares acho um pouco mais difícil disto acontecer, afinal de contas, existe uma certa tendência dos gestores tentarem agradar sua clientela e evitar perder clientes, já que a concorrência é grande. Não descarto também a possibilidade dos donos da escola terem real respeito pelo processo de inclusão.

Por outro lado, conversando com uma mãe atípica (mãe de criança deficiente) que tentava uma vaga em uma escola particular para seus filhos deficientes, fiquei surpreso ao saber que a escola começou a colocar obstáculos assim que soube que as crianças eram deficientes.

Independente de ser escola particular ou pública, pode-se acompanhar o desenvolvimento, a evolução das crianças deficientes.


COMO ACOMPANHAR A EVOLUÇÃO?


Periodicamente a família deve questionar a gestão da escola.

De quanto em quanto tempo? Os pais da criança é que decidem. Eu sugiro que todo final de mês a família questione a escola:

1-) O que foi trabalho com a criança durante o mês?

2-) Quais resultados foram obtidos?

3-) Quais evidências físicas a escola tem para apresentar, que comprovem os resultados que alegam ter alcançado?

4-) Quais estratégias serão usadas para trabalhar eventuais insucessos?

5-) O que será trabalhado com a criança no próximo mês?

6-) Qual é a rotina diária da criança na escola?

Estes simples questionamentos permitem verificar, pelo menos em teoria, se algo está sendo realmente feito em favor da criança deficiente.

Quando não é trabalhado nada com a criança deficiente, o que você escuta da escola ao fazer os questionamentos acima é um monte de desculpas esfarrapadas e gente colocando a culpa em outras pessoas ou circunstâncias.

Exija que a escola trabalhe efetivamente a favor da criança deficiente.

sábado, 31 de maio de 2025

UMA ESTRATÉGIA FINANCEIRA DIFERENTE E QUE FUNCIONA (PARTE 2)



Informo que este texto não é uma recomendação de investimento.

Esta é a segunda parte ou continuação do texto que fala sobre uma estratégia financeira diferente e que funciona. A primeira parte do texto pode ser encontrada NESTE LINK.

Quero ressaltar que esta estratégia financeira provavelmente não é adequada para aquelas pessoas que pretendem fazer especulação na Bolsa de Valores, ou seja, comprar ativos quando os preços estão baixos para vendê-los tão logo os preços subam.

Vou falar um pouco sobre alocação de capital e outras coisas.


EM QUE ALOCAR O DINHEIRO?


Segundo as premissas da estratégia financeira que sigo, pelo menos setenta por cento (70%) de todo capital investido deve estar em aplicações que estão categorizadas como seguras, como por exemplo CDB, Fundos DI, Fundos de Renda Fixa, etc, preferencialmente aquelas aplicações que são garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que no dia em que escrevo este texto, garante em até duzentos e cinquenta mil Reais (R$ 250.000,00) alguns tipos de investimento, caso a instituição financeira em que eles se encontrem venham a falir.

Este capital aplicado em investimentos ditos seguros é também chamado na estratégia de Reserva de Emergência, e conforme expliquei no texto anterior, deve ser de pelo menos 12 vezes o valor da sua despesa mensal. Pode ser menos? Posso fazer outros tipos de investimento? Para ambas perguntas a resposta é a mesma: claro que pode, pois é você quem decide o que fazer com seu dinheiro. Estou apenas relatando os critérios da estratégia financeira que sigo.

As aplicações de Renda Fixa, teoricamente, são menos arriscadas. Contudo, existem também as aplicações em Renda Variável que são conhecidamente mais arriscadas.


APLICAÇÕES EM RENDA VARIÁVEL


A estratégia financeira que descrevo nestes textos contempla o investimento de no máximo trinta por cento (30%) de todo capital em aplicações de Renda Variável, que conforme o próprio nome diz, oscila bastante e nunca é demais dizer que é impossível prever o comportamento do Mercado Financeiro. Pode ser mais de 30%? Como já disse, pode, pois quem decide o que fazer com seu dinheiro é você.

Uma das maneiras de minimizar ao máximo a possibilidade de perdas causadas pelas oscilações e outros fatores é escolher bons ativos, boas empresas e pagar um preço adequado por estes ativos.

O que quero dizer com bons ativos? Vou citar um exemplo: se eu for comprar uma ação do Banco do Brasil, sei que é uma empresa sólida, com mais de duzentos anos de existência e acima de tudo é uma empresa que paga regularmente bons dividendos. Historicamente é uma empresa que seria uma boa candidata para eu investir.

Saber isto basta para eu sair comprando ações do Banco do Brasil? NÃO!

O que mais interessa na estratégia financeira é o recebimentos mensal de proventos, pois trata-se de uma estratégia previdenciária.

Se você paga um preço muito alto por uma ação, a rentabilidade recebida pode ser muito baixa, se comparada ao preço pago pela ação. Portanto, preço de um ativo financeiro importa, e muito, nesta estratégia financeira.

Em outras palavras, existe um valor máximo que você pode pagar por um ativo na tentativa de evitar ou minimizar perdas financeiras e este valor é chamado de PREÇO-TETO.


CALCULANDO O PREÇO-TETO


Como a estratégia previdenciária é baseada em recebimento de proventos, o preço que você paga no ativo é importante para saber o quanto está ganhando.

Vamos supor que você queira comprar uma ação fictícia chamada XPTO4, pagando nela o valor de dez Reais (R$ 10,00)

Esta empresa pagou nos últimos 6 anos para cada ação os seguintes valores, por ano:

2024 = R$ 1,20
2023 = R$ 1,15
2022 = R$ 0,95
2021 = R$ 0,98
2020 = R$ 0,80
2019 = R$ 0,85

Levando em conta o rendimento líquido mínimo aceitável de 6% ao ano, segundo a teoria do Décio Bazin, temos a seguinte fórmula:

1-) Somamos os valores pagos anualmente durante os últimos seis anos.

Soma = 1,20 + 1,15 + 0,95 + 0,98 + 0,80 + 0,85

Soma = 5,93

2-) Calculamos a média de valores pagos nos últimos 6 anos dividindo esta soma por 6.

Média = Soma / 6

Média = 0,9883 aproximadamente

3-) O preço-teto é encontrado dividindo a média dos valores de proventos pagos nos últimos seis anos por seis por cento (6%).

Preço-teto = Média / 0,06

Preço-teto = R$ 16,47 aproximadamente

Isto que dizer que o preço máximo que você deveria aceitar pagar por esta ação fictícia XPTO4 é de R$ 16,47. Se pagar valor superior, você não estará realizando os 6% de lucro mínimo esperado por ano.

Como neste exemplo você iria pagar o valor de dez Reais (R$ 10,00) por cada ação, estaria comprando a mesma por um bom preço.

Saber o preço-teto é suficiente para sair comprando uma ação? Não.

No próximo texto vou fazer mais algumas considerações sobre o assunto.