sexta-feira, 28 de novembro de 2008

GRÉCIA : SANTORINI (Set/2008)


Ainda no porto de Mykonos, estava um sol de rachar com aquele vento gelado de sempre.

O catamarã FASTCAT 4 que iria me levar até Santorini estava atrasado. Para ajudar, no caminho para Santorini ainda iriamos parar nas ilhas de Paros e Ios.

Quase uma hora atrasada, a embarcação chegou. Parecia que todo mundo que estava em Mykonos iria sair de lá naquele instante. O porto estava entupido de gente. Tinha tanta gente para entrar no catamarã, que as bagagens tiveram que ir no lado externo do barco. Eu esperava poder ir do lado de fora (por causa de enjôo), mas descobri que não existe área externa no barco, a não ser para as bagagens.

O catamarã faz jus ao seu nome, ele é realmente rápido. Impulsionado por duas turbinas enormes, ele voa como um foguete sobre as águas.

Rapidamente chegamos à ilha de Paros, depois à ilha de Ios e finalmente Santorini. Ao sair do barco, os enormes penhascos à volta, com seus 300 metros de altura, chamam muito a atenção. Depois fiquei sabendo que ali é o lugar que eles chamam de "Caldera" do vulcão.

Baseado em escavações arqueológicas, acredita-se que a ilha de Santorini já tinha habitantes na época do período neolítico. Originalmente ela recebeu o nome de KALLISTI (significa a ilha mais bonita) e também STROGYLI (significa a ilha redonda). Ela foi habitada por várias civilizações. Por volta de 1500 A.C. uma erupção vulcânica provocou a submersão da parte central da ilha, criando um enorme buraco de 12 quilômetros de comprimento por 7 quilômetros de largura e criando também as ilhas Thirassia, Nea Kameni, Palea Kameni e Aspronisi. Este buraco é chamado de "CALDERA". Em 1956, uma outra erupção causou um grande estrago em Santorini, mas as vilas foram reconstruídas. Embora não exista nenhuma evidência científica, algumas pessoas acreditam que Santorini era Atlântida.

Voltando ao assunto, facilmente localizei a receptiva que iria cuidar de meu transporte e quem diria: uma brasileira! Ela nos colocou no micro-ônibus e levou cada um para seu hotel. No caminho ela nos informou os detalhes de nosso retorno para Atenas, dali a dois dias. Por curiosidade (e por sorte), perguntei quanto tempo levaria de Santorini até Atenas, viajando no "ferry-boat". Meio sem graça, a receptiva me respondeu: 9 a 10 horas (essa não!). Imediatamente pedi para ela providenciar uma passagem de avião para mim (a viagem de avião demora cerca de 50 minutos).

Uma vez resolvido este detalhe, aproveitei para observar a paisagem. Eu ficaria na praia chamada KAMARI, que é considerada um resort lá em Santorini. A praia de Kamari está localizada em uma vila chamada EPISKOPI GONIA, nome originado da igreja PANAGHIA EPISKOPI, construída por volta do ano 1100.

Realmente, Kamari é um lugar muito legal. Tem um "calçadão" extenso na orla da praia, com dezenas de restaurantes, lojas e bares. A praia, de areia preta e pedras vulcânicas, é bem diferente (pelo menos para mim). Muito limpa, muito organizada, com cadeiras do tipo "espreguiçadeira" e guarda-sóis por toda sua extensão (para sentar na cadeira você paga 6 euros), a praia é convidativa, mas infelizmente não é possível andar descalço nela. As pedras vulcânicas cortam todo o pé (adivinhe como descobri isto).

Deixei minhas coisas no hotel e já fui andar a pé pela região para conhecê-la. Pelo "calçadão" observei o que me pareceu ser um costume local: funcionários dos restaurantes ficam pelo meio do caminho, chamando todas as pessoas que passam para conhecer seus pratos. Alguns, mais atrevidos, chegam a pegar você pelo braço e levar para dentro do restaurante. Como já estava na hora de jantar, aproveitei o "embalo". Andei mais um pouco por lá e retornei ao hotel para dormir.

No dia seguinte, levantei cedo e esperei pelo micro-ônibus que iria me levar para fazer o "city-tour". Depois de pegar os outros turistas, fomos direto para a vila de Oia. As fotos mais bonitas de Santorini são tiradas de lá. Visitamos muitos lugares, passamos pelos locais onde são tiradas as fotos para os cartões postais de Santorini, conhecemos as ruínas de um antigo castelo Veneziano e andamos por muitas vielas. Retornamos ao ônibus e passamos pela orla das praias, indo em seguida para a montanha do profeta Elias, onde existe também um magnífico mosteiro. Algumas pessoas dizem que o profeta Elias esteve neste local, mas não existem provas disto. Finalizando o passeio, passamos por outros lugares e pela cooperativa de vinícolas de Santorini, onde você pode pagar um pequeno valor e degustar algumas taças dos tipos de vinhos produzidos lá, juntamente com uma tábua de queijos. Fiquei com muita vontade de tomar os vinhos, mas me lembrei que não tomava mais bebidas alcoólicas então, fiquei só na vontade mesmo.

No caminho de volta para o hotel, pedi que me deixassem em Thira, a vila que é a "capital" de Santorini para eu pegar a passagem de avião para Atenas. Aproveitei e fiz umas compras por ali. Voltei para o hotel, almocei e passei o resto do dia na região mesmo. Além disso, começou a chover no período da tarde e mesmo de guarda-chuva, não deu para ir muito longe. À noite já havia parado de chover e pude passear pelo "calçadão", conhecendo mais lugares diferentes. Jantei e voltei para o hotel para dormir. Todos estes dias de viagem, mais a "correria" dos passeios o dia inteiro, tinham me deixado um pouco cansado.

Em meu último dia de permanência em Santorini, optei por conhecer a vila de Thira. Peguei um ônibus logo cedo e fui para lá. Acho que andei durante umas 6 ou 7 horas seguidas, conhecendo todos os cantos de Thira. Fiz várias compras, tirei inúmeras fotos, conheci comerciantes locais muito agradáveis e por fim, retornei ao hotel. Almocei e depois fui andar na praia. No fim da tarde, deitei um pouco para descansar, pois dali para frente, começaria minha jornada de volta para o Brasil.

Embora não tivesse conseguido dormir, levantei e notei que já havia anoitecido. Tomei um banho e saí para jantar. Ao retornar para o quarto, coloquei as coisas na mala, fechei a conta no hotel e fui para a "van" do receptivo que já estava esperando para me levar ao aeroporto.

O avião atrasou bastante, saindo de Santorini por volta de 23h00 e chegando a Atenas um pouco antes de meia-noite. Cheguei ao hotel no centro de Atenas à 01h00 da manhã. Como teria que retornar para o aeroporto às 03h00 da manhã, apenas tomei um banho e deitei um pouco para descansar. No aeroporto o embarque foi tranqüilo. Estava amanhecendo quando o avião levantou vôo em direção à Espanha. Mal tinha saído da Grécia e já estava com saudade de lá, lembrando os ótimos momentos que havia passado.

Chegando a Espanha, fui para o outro terminal onde pegaria o avião para o Brasil. Fiz minhas últimas compras por lá e já embarquei. Completamente exausto, nem vi as quase 11 horas de viagem passarem. Assisti exatamente aos mesmos "trocentos" filmes que já havia assistido na viagem de ida e no fim da tarde do dia 30 de Setembro de 2008, meu avião pousava em Guarulhos/SP. A bagagem não demorou muito para ser retirada do avião. Graças a Deus, mais uma vez passei pela alfândega brasileira sem ser notado e tomei um taxi para São José dos Campos/SP. Chegando em casa, tomei um banho, jantei e fui dormir, já que estava há mais de 43 horas acordado.

Minha impressão: Santorini é uma ilha muito legal também, com muitas praias bonitas, contudo, suas características são um pouco diferentes das de Mykonos. A cor da água e da areia varia em função do solo vulcânico. Os restaurantes oferecem comidas deliciosas e a "balada" noturna não perde muito para Mykonos. Embora seja intensa também, a vida em Santorini me pareceu ser um pouco mais pacata do que em Mykonos.

A viagem à Grécia terminava aqui, mas minhas férias não. Ainda tinha mais 12 dias de férias pela frente.

Dentro de dois dias estaria indo para Santa Cruz do Sul/RS.

OKTOBERFEST, aí vou eu!

Você poderá ver o vídeo de Santorini neste link:

https://youtu.be/EAhy2Tu-UH4
( Texto e fotos: Wilson Luiz Negrini de Carvalho )