segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

SÃO LUIZ DO PARAITINGA E LAGOINHA


Há muito tempo estava com vontade de conhecer algumas cidades do Vale do Paraíba, cidades relativamente próximas de onde moro, cidades onde freqüentemente passo pelos trevos de acesso, mas nunca tive a curiosidade de entrar para conhecer. No último fim de semana resolvi sair para dirigir sem destino certo e conhecer algumas destas cidades.

A primeira que visitei foi São Luiz do Paraitinga.

No final do século XVIII, o Capitão Vieira da Cunha e João Sobrinho de Moraes demonstraram interesse em povoar a região dos "sertões da Paraitinga" e por isso, receberam do Capitão de Taubaté, Felipe Carneiro de Alcaçouva e Souza algumas sesmarias da Vila de Guaratinguetá. Um tempo depois, pediram ao Governador, capitão-general D. Luís Antonio de Souza Botelho Mourão, autorização para fundar em uma região localizada entre Taubaté e Ubatuba, junto ao Rio Paraitinga, um novo povoado. Em 2 de Maio de 1769 a autorização foi dada. O novo povoado recebeu o nome de São Luís e Santo Antonio do Paraitinga. A padroeira do povoado seria Nossa Senhora dos Prazeres. Em 8 de maio de 1769 o sargento mor Manoel Antonio de Carvalho foi nomeado fundador e governador do local. Em 1773 o povoado foi elevado à condição de vila e em 30 de Abril de 1857 tornou-se cidade. Em junho de 1873 passou a se chamar Imperial Cidade de São Luís do Paraitinga. São Luiz do Paraitinga, em seu início tinha como principal atividade econômica a agricultura e também era conhecida como entreposto de tropeiros. Até os dias de hoje, São Luiz do Paraitinga mantém suas atividades econômicas centradas na agricultura e na pecuária. Além disso, é considerada uma estância turística do estado de São Paulo. É famosa por suas manifestações folclóricas e principalmente seu Carnaval, que é um dos mais famosos e concorridos da região do Vale do Paraíba. Tem também a conhecida Festa do Divino Espírito Santo. A cidade possui construções centenárias e oferece ainda ao visitante a possibilidade de realizar atividades de lazer, tais como: rafting, rappel, trekking, arborismo e outros.

Embora no dia estivesse chovendo um pouco, deixei meu carro encostado atrás da igreja matriz e saí para andar a pé e conhecer detalhes do lugar. Existem muitas residências antigas que foram restauradas; o lugar é super tranqüilo, perfeito para você "curtir" um fim de tarde, sozinho ou acompanhado. Ao redor da praça principal e também nas ruas adjacentes, tem alguns bares muito legais. Infelizmente as duas igrejas que encontrei estavam fechadas, mas mesmo vendo-as só externamente, valeu a pena. São elas: Igreja Matriz, dedicada a São Luís de Tolosa e Igreja de Nossa Senhora do Rosário, ambas construídas no século XIX.

Andei mais um pouco a pé, parei para dar uma descansada e segui viagem.

Próximo dali estava a cidade de Lagoinha. A estrada estava bem esburacada, mas a paisagem ao redor era muito bonita.

Lagoinha é uma cidade que surgiu praticamente em função do "tropeirismo". A construção de uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição em 1863, deu início ao povoado. Algumas pessoas falam que a origem de seu nome deve-se à existência de um "pouso de tropa" ao lado de uma lagoa. Outros já falam que o nome deve-se a uma pequena lagoa de onde era obtida a água para um chafariz, localizado no povoado. Independente da versão, temos um ponto comum: a lagoa! Em 1880 recebeu o título de vila e em 1900 tornou-se município. Em 1934 perde a condição de município e torna-se um distrito. Passados alguns anos, novamente torna-se município em 1953.

Ao chegar na cidade, deixei meu carro encostado na praça principal e dei uma volta a pé para conhecer o local.

Tirei algumas fotos e já estava pronto para ir embora quando um habitante local se aproximou, olhou minha máquina fotográfica em cima do minúsculo tripé e comentou: "Nossa, pensei que você estivesse segurando um passarinho em cima do banco!" (oh "loco"!).

Não pude deixar de rir, apontei minha câmera para ele e falei: olha o passarinho!!! Mais risos... Aproveitei a "deixa" para conversar um pouco sobre os costumes locais.

Fiquei sabendo que frequentemente, os moradores de lá se dirigem até Paraty a cavalo, por uma estrada de terra, mantendo os costumes dos antigos tropeiros. Depois de mais uns minutos de "prosa", agradeci a gentileza, entrei no carro e retornei para casa. Aquela chuva não parava e eu voltaria outro dia, de moto, para poder conhecer mais detalhes da região. Talvez ir até Paraty pela tal estrada de terra seja uma boa idéia.

Lagoinha é uma pequena cidade onde a maior atração é uma cachoeira de cerca de 40 metros de altura, chamada Cachoeira Grande. A prática de cascading e tirolesa é comum no local.

Mais tranqüila que São Luiz do Paraitinga, Lagoinha tem tudo para você passar um dia ou apenas algumas horas sossegado.

Brevemente, em um dia em que não estiver chovendo, retornarei para dar uma olhada mais de perto nas duas cidades.
( Texto e fotos: Wilson Luiz Negrini de Carvalho )