O Brasil é conhecido mundialmente como um dos países onde mais se divulgam notícias falsas, as famosas "Fake News".
Esta semana a Polícia Federal deflagrou uma operação para combater este tipo de crime, afinal, muitas vezes trata-se de difamação (artigo 139 do Código Penal) e calúnia (artigo 138 do Código Penal).
O processo inicial da divulgação de "fake news" pode se dar com o uso de um robô, que nada mais é do que um programa de computador que envia mensagens a vários usuários, quer seja através de redes sociais ou de e-mails.
Os robôs surgiram de uma necessidade inicial que empresas tinham para fazer divulgação de produtos e serviços para clientes potenciais, e como não podia deixar de ser, este recurso foi usado como meio de atacar a moral de pessoas, especialmente autoridades.
Há alguns anos, o MIT (Massachusetts Institute of Technology) realizou um estudo interessante sobre esta questão de "fake news".
A mais grotesca de todas as descobertas é que as pessoas tendem a considerar como verdadeiras as notícias que mais se alinham com sua forma de pensar, mesmo que sejam falsas, e ainda tendem a desconsiderar aquelas que não se alinham com sua forma de pensar, mesmo que sejam verdadeiras.
Isto se torna ainda mais forte, porque as palavras usadas em notícias falsas, despertam sentimentos mais intensos nas pessoas, do que aqueles provocados pelas notícias verdadeiras.
A pessoa realmente está fazendo papel de "trouxa", pois está sendo enganada em nível inconsciente. Acredite, esta é uma das piores formas de ESCRAVIDÃO que existe.
Além do mais, está sendo usada por terceiros na prática de crime, já que ao compartilhar uma notícia falsa que seja ofensiva à moral de alguém identificado na mesma, você também estará praticando o crime de difamação, e não tenha dúvida de que você pode acabar sofrendo em âmbito criminal, as consequências pelas suas escolhas.
Outra característica identificada, apesar de ser meio óbvia, é que notícias com cunho vexatório ou escandalosa, se propaga quase duas vezes mais rápido que notícias comuns, e esta velocidade aumenta ainda mais se a notícia for de ordem política, tendo aceitação ainda maior pelas pessoas.
O estudo comprovou que os maiores disseminadores de notícias falsas NÃO SÃO os robôs e sim os indivíduos que se permitem serem enganados por elas, compartilhando-as.
Apenas a título de exemplo, há poucas semanas, aqui em São José dos Campos, um cidadão tirou uma "selfie" na obra do Arco da Inovação, recém inaugurado pela Prefeitura, e colocou como título da mesma a frase "Olha noix aí no arco da corrupção". Segundo informações que li no jornal O Vale, a foto chegou ao conhecimento do prefeito, que entrou com uma interpelação judicial criminal contra o cidadão, e dependendo da resposta que este último desse, seria processado judicialmente em âmbito cível e criminal. O cidadão teve que se desculpar com o prefeito e ainda se retratar em suas redes sociais. Depois disso o prefeito pediu a extinção do processo. Este cidadão deu muita sorte. Por pouco não estraga a sua vida.
Normalmente, divulgo reportagens apenas de meios de comunicação confiáveis, já que eles respondem integralmente por qualquer notícia falsa que divulgarem.
É claro que cometem equívocos, e às vezes graves. Apenas para exemplificar, há alguns dias um grande canal de TV mostrou a notícia de um delegado de polícia que alega ter sido baleado seis vezes pela namorada que segundo a versão dele, deu um tiro no próprio peito depois. Na reportagem da TV, foram mostradas fotos do delegado com sua ex-mulher, que também é policial, tendo ainda a repórter falado que um policial atirou no outro, sendo que na verdade, a mulher da ocorrência era sua nova namorada, uma modelo, e a ex-mulher dele, citada na reportagem, nem estava no local dos fatos, muito menos sabia do que tinha acontecido. Olha o tamanho da "lambança".
Ruim mesmo é ver pessoas dizendo que notícias veiculadas por meios de comunicação tradicionais e idôneos são falsas ou que estas empresas não são idôneas. Quando você pergunta à pessoa qual meio de comunicação ela considera idôneo, ela diz que nenhum ou que apenas a informação divulgada por ela, a pessoa, é idônea. Prefiro nem comentar.
Para você não fazer papel de otário e não incorrer no erro de divulgar notícias falsas, e nem acabar respondendo judicialmente por isso, escolha melhor suas fontes de informação.
Se não for de alguma origem que tenha renome e tradição, não repasse a mensagem para frente.
Ultimamente, com o objetivo de acabar com notícias falsas e ainda punir os que as disseminam, estou colocando um comentário na publicação, usando arroba (@) e mencionando o órgão ou pessoa citado, perguntando ainda se a pessoa acusada confirma a alegação feita na publicação, para que pelo menos ela tome conhecimento do fato.
Caso queira conhecer mais sobre o assunto, clique aqui para acessar um documento do MIT falando sobre este assunto (está em inglês).
Deixo ainda uma dica de publicação muito interessante sobre notícias falsas:
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