quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

EDUCADOR : A BRINCADEIRA SIMBÓLICA


Durante este texto uso a palavra CRECHE, mas entenda-se qualquer entidade de ensino infantil.

Que fique claro também que não estou me referindo a nenhuma entidade ou pessoa em específico.

Quero apenas deixar minha opinião sobre um tema que está relacionado com educação infantil.

Quando refiro-me à palavra AGENTE EDUCADOR ou PROFISSIONAL DE CRECHE entenda qualquer profissional que atue em educação infantil: professor efetivo, agente educador, estagiário, professor contratado, etc.

Hoje o assunto é a brincadeira simbólica, e embora seja um conceito teórico simples, tive que pesquisar um bocado para encontrar mais detalhes para saber como isto afeta as crianças.

Baseado nas informações que obtive no site do National Center for Biotechnology Information (https://www.ncbi.nlm.nih.gov) uma brincadeira simbólica envolve um objeto qualquer que é usado para representar outro objeto ou um acontecimento.

Consultando uma tese de doutorado que encontrei na biblioteca eletrônica da Florida State University (https://fsu.digital.flvc.org), encontrei mais de uma dezena de definições para brincadeira simbólica além de definições para brincadeira funcional e exploratória.

Para tentar deixar mais claro, durante uma brincadeira simbólica, crianças "transformam" um objeto em algo que ele não é, por exemplo uma bolacha torna-se a roda de um carro na mente da criança, ou então atribuem uma capacidade a um objeto que ele não tem, como por exemplo segurar nas mãos de um urso de pelúcia um alimento, como se o próprio urso estivesse segurando ou fosse comer aquilo.

A brincadeira funcional é aquela em que a criança usa o objeto como ele é, com a função que ele tem - um carro é um carro.

A brincadeira exploratória é aquela em que a criança explora o ambiente em todos os aspectos, a si mesma e suas sensações, construindo algum tipo de conhecimento não formal para ela.

Em outro texto que escrevi sobre fazer a "escuta" da criança (veja o texto FAZENDO A "ESCUTA" DAS CRIANÇAS), mencionei formas de interagir e perceber o que está acontecendo com a criança, principalmente neste momento de pandemia de COVID-19.

O foco aqui é a brincadeira simbólica como mais um instrumento para fazer esta "escuta" quando as aulas voltarem, já que através dela a criança pode exteriorizar o que ela está sentindo, o que ela está vivendo, não só naquele momento, mas também em sua casa, com sua família.

Ter um espaço para que a criança possa fazer suas brincadeiras simbólicas neste momento é fundamental, pois é através destas brincadeiras que ela irá expressar os conflitos que ela está vivendo.

A criança de creche não tem idade suficiente, tampouco habilidades para concatenar pensamentos, ideias e sentimentos para conversar com um agente educador sobre o momento que ela está passando.

A brincadeira simbólica é a maneira mais fácil que ela tem para colocar tudo para fora.

Para isso, disponibilizar recursos como bonecos, papel e canetas coloridas vai ajudar a criança a desabafar. Observe uma criança brincando com bonecos e você vai entender muita coisa. Aprendi recentemente que este mecanismo coadjuvante usado para que a criança extravase suas frustrações de forma mais apropriada é chamado de "desvio simbólico". É mais apropriado porque uma outra forma dela extravasar suas frustrações é batendo nos colegas, estragando as coisas na sala, etc, e saiba que quanto menor for a criança, mais ela vai fazer isso.

Ter um lugar para as crianças praticarem brincadeiras simbólicas permite que elas se expressem sem precisar agredir alguém ou estragar algo.

É claro, que dentro de seu papel, o agente educador precisa estar muito atento ao que vir, sem tentar moldar nada dentro de sua percepção. Apenas assistir o que a criança está manifestando, sem intervir.

Havendo abertura ou necessidade, ele deve interagir com a criança, principalmente questionando sentimentos e desejos.

Antes da pandemia de COVID-19 eu já percebia que uma creche oferecia inúmeras oportunidades para quem quer ajudar uma criança de alguma forma. Agora, teremos uma oportunidade diferente a cada minuto. Cabe ao agente educador ter a boa vontade para fazer com que isto se torne realidade.

Desejo um bom trabalho a todos, e vamos oferecer o melhor para as nossas crianças!

Para você que trabalha em creches, deixo a dica de um livro interessante:


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