Desde criança, sempre tive vontade de conhecer locais históricos e sua história. Um deles é a Grécia.
Em Agosto/2008 eu já sabia que tiraria férias do serviço no mês seguinte, só não sabia para onde ir nem o que fazer.
Então um dia me perguntei: que tal ir para a Grécia? Eu pensei: o quê? ficou doido? E apenas fiz a famosa "pergunta mágica": o que me impede?
Assim, dia 22/09/2008, em plena segunda-feira, 16:14 da tarde estava eu dentro de um avião, decolando rumo a Espanha e de lá, pegaria outro avião para a Grécia. Com exceção de uma grande coincidência que ocorreu na hora da decolagem (nem te conto... hahahaha), as 10 horas de duração do vôo transcorreram sem problemas. Assisti "trocentos" filmes durante a viagem.
O avião pousou em Madrid por volta das 08:00 da manhã (horário local) e ainda estava escuro como se fosse noite. A fila para passar nos guichês da imigração estava enorme. Brasileiros recebiam uma "atenção especial", demorando um pouco mais. O aeroporto de Barajas, como é chamado o aeroporto de Madrid, é tão "pequeno", que para ir de um terminal para outro você pega um metrô dentro do próprio aeroporto.
Chegando ao outro terminal, fui dar uma volta para ver onde eu tinha que pegar o avião para a Grécia. Embora não tivesse encontrado o local, fui tomar um lanche e comprar umas lembranças. Eu tinha que ficar atento ao horário de embarque pois neste aeroporto, ao contrário dos outros que conheço, os vôos não são anunciados, portanto, se vacilar, você perde o vôo.
Finalmente encontrei o portão de embarque. Na fila para entrar no avião, um grupo de idosos gregos, provavelmente retornando de férias (era a última semana da temporada de verão na Europa). Mais 3 horas de vôo e finalmente cheguei a Atenas. Assim que o avião tocou o solo, pousando normalmente, o grupo de idosos gritou e aplaudiu muito, o que me fez pensar: como deve ser um pouso em que eles não aplaudem? (É irônico, mas eu tenho pavor de voar).
Assim que peguei minha bagagem na esteira, procurei o guichê de imigração e o local de saída, mas as placas não ajudavam muito, pois aquelas letras esquisitas escritas nelas pareciam grego para mim (e era!). Encontrei um cara que parecia trabalhar na imigração e perguntei a ele onde ficava o guichê da imigração. Sem fazer qualquer verificação na minha documentação, "gentilmente" apontou uma porta e disse, a saída do aeroporto é por ali!
Logo na porta de saída, um cara com uma placa com meu nome (que alívio!). Ele chamou um outro cara que eu cumprimentei em inglês e ele me respondeu em português! (Oba, alguém fala português por aqui). Depois de me dar os "vouchers" dos hotéis e os tickets dos "ferry-boats" me encaminhou até o taxi.
No caminho até o hotel comecei a apreciar a paisagem, tentando sem sucesso, localizar algum monumento histórico ao longe. De repente percebi alguma coisa estranha. Tinha algo diferente na paisagem. As coisas estavam passando muito rápido. Por curiosidade, olhei para o velocímetro do carro e vi que o motorista estava trafegando a 160 Km/h na via expressa. Apesar do motorista ter visto eu colocar o meu cinto de segurança na mesma hora, ele preferiu ficar sem o dele.
Cheguei no hotel super cansado, mas ainda tinha algumas coisas para fazer: ligar para casa avisando que cheguei, ligar para o serviço para saber como estavam as coisas e achar um lugar para jantar. Na Grécia já eram 19:00 horas (no Brasil ainda eram 13:00 horas). Encontrei uma cafeteria e apesar da garçonete não falar inglês, consegui pedir dois pedaços de pizza e um suco de laranja que ela entendeu como sendo uma latinha de Fanta, mas tudo bem. Quando meu pedido chegou, percebi que cada pedaço de pizza equivalia a 1/4 de uma pizza (estou começado a gostar deste lugar), ao contrário do 1/8 de pizza que estou acostumado por aqui no Brasil. A Fanta, quando coloquei no copo, mais parecia urina do que refrigerante (o gosto é esquisito mas dá para beber).
Devidamente "empanturrado" com dois pedaços de pizza mais a Fanta, retornei ao hotel e tomei um banho. Fui colocar a bateria da câmera fotográfica para recarregar e a grande descoberta: esqueci o carregador no Brasil (tirei da mala na última hora para guardar outra coisa e esqueci de colocar de volta). Como "o que não tem remédio, remediado está", fui dormir, pois já estava há mais de 30 horas acordado.
O relógio despertou às 06:00 da manhã (meia-noite no Brasil). Parecia que eu tinha levado uma surra. Eu ainda tinha que me acostumar com a diferença do fuso horário. De qualquer forma me animei, afinal, hoje eu iria conhecer os monumentos e locais históricos de Atenas. Tomei banho e fui para o saguão do hotel tomar o café da manhã. Para minha surpresa, um grupo de brasileiros do Rio Grande do Sul estava por lá.
Tomei meu café e fui para o ponto de encontro onde o ônibus iria passar para me pegar para fazer o "city tour" junto com outras pessoas. A guia falava espanhol e nos levou até um lugar onde trocamos de ônibus (e de guia). A nova guia também falava espanhol misturado com algumas palavras de português.
Chegamos a Acrópolis por volta da 08:40 e fomos avisados que às 10:40 tínhamos que ir embora. Pensei: duas horas dá para ver tudo. Logo na entrada a guia já foi explicando que o governo grego exige que os guias turísticos contem TODA a história da Grécia antiga para os seus turistas antes de visitarem os monumentos. Uma hora depois, eu ainda estava ouvindo a história da deusa Atena, Zeus e sei lá mais quem. Olhar os monumentos que é bom, nada. Para ajudar, começou a chover fraco. Embora eu não seja mais criança, decidi "fugir" da minha guia turística, pois queria fotografar um monte de coisas por lá. A chuva parou e longe da minha guia, pude visitar os monumentos e tirar fotos de tudo. Distante, via minha guia agitando sua sombrinha e "esgüelando", tentando reunir o pessoal que a esta altura, já não agüentava mais aquela conversa e tinha cada um se "mandado" para um lado.
Conforme solicitado, 10:40 eu estava ao lado do nosso ônibus, na saída da Acrópolis (a guia é que se atrasou - hahahaha). Naquela hora pude entender porque só ficamos 2 horas lá: o local fica completamente tomado de turistas. Para se conseguir tirar uma foto sem ter muita gente na frente, você tem que esperar vários minutos. Sem brincadeira, o lugar parece estádio de futebol em dia de "clássico".
De lá, fomos para o templo de Zeus (ou o que sobrou dele), onde fica também o arco de Adriano, depois para o primeiro estádio olímpico de Atenas, para o Parlamento e mais um monte de outros lugares. Tive muita sorte, pois a bateria da câmera permitiu que eu tirasse todas as fotos que eu quis tirar e ainda estava pronta se quisesse tirar mais.
Retornei para o hotel, larguei a máquina fotográfica lá e saí para almoçar. Comi uma salada típica grega, com um queijo grego chamado FETA (que é horrível) e saí para fazer o que mais gosto quando estou em locais desconhecidos: ANDAR A PÉ para conhecer lugares, ter contato com as pessoas, a cultura local, etc. Tinha que resolver também o problema da bateria da minha máquina fotográfica. Antes de sair do Brasil eu já havia identificado uma loja da FNAC em Atenas, dentro de um shopping center chamado "The Mall", mas não sabia ao certo onde ficava. Tinha recebido uma orientação incompleta, mas resolvi segui-la.
Peguei o metrô em direção a um lugar chamado KIFISSIA, mas tinha que descer em uma estação chamada MAROUSSI, que ficava logo após uma estação chamada NERATZIOTISSA (esses nomes gregos são tão fáceis).
Para andar de metrô em Atenas você compra o ticket, valida o ticket em uma máquina e entra no trem. Esta passagem, vale por uma hora para você ir e voltar para onde quiser, quantas vezes quiser. Depois de uma hora, tem que comprar outra passagem, contudo não existe ninguém para fiscalizar. Se você for pego com a passagem inválida paga uma multa de mais de 60 vezes o valor da mesma.
Dentro do trem do metrô, durante quase uma hora, passei por "trocentas" estações até chegar ao meu destino. Lá na FNAC, não me restou outra opção senão comprar uma máquina fotográfica nova (imagina se eu não estava querendo uma máquina nova). Que bom que na Grécia, o preço de produtos eletrônicos é relativamente baixo.
Voltei para o centro da cidade e andei mais um pouco por lá, comprando algumas coisas. Como já estava anoitecendo e meu estômago dizia que estava na hora de jantar, entrei num "pé sujo" para experimentar um negócio chamado PASTITSIO, que é um tipo de lasanha a bolognesa feita com um macarrão do tipo espaguetti bem grosso. Pedi um suco de laranja e de novo veio a Fanta. Comi e saí para andar mais. Durante meu passeio vi em vários lugares o GIROS PITA que é aquele "churrasquinho grego" conhecido aqui no Brasil (carne enrolada em um espeto vertical que fica girando - muito encontrado pelas praças de São Paulo) mas a higiene me pareceu um pouco precária (na minha percepção) - é melhor eu não comer. Achei um lugar que tinha uns espetinhos comuns e comi alguns com batata frita e outro suco de laranja, quer dizer, Fanta.
Retornei ao hotel bastante cansado, tomei banho, coloquei a bateria de minha nova máquina fotográfica para carregar (agora sim!) e fui dormir.
O telefone tocou as 04:00 da manhã (22:00 no Brasil). Hora de acordar (meu corpo não estava entendendo muito bem este novo fuso horário). Tomei um banho, juntei as coisas na mala e fui para o saguão do hotel. Fechei a conta e o motorista de taxi já estava me esperando para me levar para o porto de Piraeus. No caminho o motorista, mais responsável que o outro que me trouxe do aeroporto, trafegava no máximo a 140 Km/h pelas vias expressas. Ele me avisou que uma tal de "Dona Maria" estaria me esperando no porto e ao chegar lá, ela me embarcou em um "ferry-boat" rumo a ilha de Mykonos. A medida que o barco ia se afastando do porto, pude ver o nascer do sol, uma das mais belas paisagens que já vi em minha vida (é claro que eu fotografei).
Como a viagem iria durar 5 horas, me acomodei do lado de fora do barco embora estivesse relativamente frio, pois se precisasse vomitar (normalmente eu passo mal em barco), ficaria mais fácil - era só colocar a cabeça para fora do guarda-corpo (e sai de baixo - hahahaha - brincadeirinha).
Minha impressão: Atenas é uma cidade muito parecida com São Paulo. Segundo uma guia turística local, mais de 50% da população de toda a Grécia vive em Atenas (pude perceber isto por causa do trânsito - é simplesmente caótico). Existem muitos lugares históricos legais para serem visitados e também museus. Quanto a comida, foi a primeira e a última vez que comi comida típica grega durante a viagem. Dali para a frente, só comida comum, como temos aqui no Brasil. Os atenienses andam muito de moto. A legislação de trânsito exige, mas quase ninguém usa capacete (e nem cinto de segurança nos carros). De um modo geral, senti que na Grécia venta muito. O vento, além de ser constante, é um pouco gelado. Embora fosse verão, eu utilizei um agasalho quase o tempo inteiro que estive lá (só retirava o agasalho na hora de tirar fotografia e algumas vezes estava tão frio que não teve jeito, saí nas fotos de bermuda e agasalho de manga comprida).
Próxima parada:
ILHA DE MYKONOS!
Segue o link para um vídeo de Atenas:
https://youtu.be/V7dOkcCpPLk
Para conhecer detalhes de viagens que fiz a outros países, seguem os links. Outras cidades do mesmo país, estão nas postagens seguintes.
CHILE - SANTIAGO
http://tudoqueseiequenadasei.blogspot.com/2009/05/chile-santiago-abril-e-maio2009.html
FRANÇA - TOULOUSE
http://tudoqueseiequenadasei.blogspot.com/2009/06/toulouse-franca-maio-e-junho2009.html
ITÁLIA - ROMA
http://tudoqueseiequenadasei.blogspot.com/2013/07/italia-roma-junho2013.html
( Texto e fotos: Wilson Luiz Negrini de Carvalho )