Saí de casa no dia 26/04/2009 logo cedo, indo de ônibus até o aeroporto de Guarulhos. Meu vôo para Santiago saiu no horário marcado, sem qualquer problema.
Santiago foi fundada no local conhecido por Cerro Santa Lucia, como nome de Santiago de La Nueva Extremadura, em 12 de Fevereiro de 1541 pelo conquistador espanhol Pedro de Valdivia. Em 1818 o Chile definitivamente tornava-se independente da Espanha. Santiago está localizada em um vale, chamado também de Vale Central, tendo a leste a Cordilheira dos Andes. Atualmente, cerca de seis milhões de pessoas vivem em Santiago.
Cheguei em Santiago no fim da tarde e o receptivo me levou de imediato para meu hotel. Assim que deixei minhas no quarto já saí para a rua para ver se achava algum lugar para almoçar. Fui até o Mercado Central, que na realidade é um mercado mais de peixes e frutos do mar, mas tem também frutas, verduras e legumes. Na parte sua parte externa tem as bancas para vender estes produtos e no interior, vários restaurantes. Como o receptivo já havia me avisado que peixe e frutos do mar eram mais baratos que outros pratos, pedi um "camarãozinho" de almoço.
Terminado o almoço, saí pela região para me familiarizar e já começar a tirar as costumeiras fotos.
A minha primeira surpresa foi ver as ruas completamente tomadas por pessoas. Parecia que Santiago inteira estava na rua. Mal havia espaço para você caminhar. Era domingo e tudo estava fechado, com exceção de algumas igrejas. Aproveitei e fui conhecer a Basílica Metropolitana de Santiago e a Igreja de São Francisco.
Estava bastante cansado da viagem. Retornei ao hotel, retirei minhas coisas da mala e fui dormir sem jantar mesmo. No dia seguinte o guia turístico me apanharia para fazer o "city-tour" logo cedo.
Acordei as 07:00 (08:00 horas no Brasil), tomei um banho e fui tomar o café da manhã no restaurante do hotel. No saguão de entrada, uma enorme surpresa: o hotel parece uma enorme galeria de arte. Possui em prefeito estado de conservação, inúmeros objetos do período pré-colombiano, com mais de 800 anos. Dentre os objetos pude observar vasos, vasilhas, tecidos com desenhos diversos, colares, brincos, pulseiras e mais um monte de outras coisas de prata pura. Simplesmente magnífico.
Terminado o café da manhã, voltei para o quarto para pegar minhas coisas e esperar o guia turístico para o "city-tour". Ao entrar no ônibus, vi o guia explicando para uma mulher que se ela quiser comer mamão no café da manhã, tem que pedir por papaya. Não pode pedir por mamão. Se quiser, pode até pedir, mas isto lá no Chile significa sexo oral (hahahaha - imagina a cena da mulher pedindo mamão para o garçon do hotel, o que será que ele fez? - hahahaha). Não preciso nem falar o quanto o pessoal do ônibus bagunçou por causa da estória do mamão. Nem senhoras que pareciam mais recatadas conseguiram se conter; diga-se de passagem, algumas até ficaram bem entusiasmadas (já sabia o que elas iriam pedir no café da manhã do dia seguinte - hahaha).
Conhecemos vários lugares históricos de Santiago, como por exemplo o antigo arsenal de guerra, a praça La Moneda, bairros históricos, igrejas e o Cerro San Cristóbal. No final do passeio, o guia disse que iria nos levar para almoçar em um lugar que tinha comida muita boa... o Mercado Central. Por absoluta falta de imaginação, fui obrigado a comer camarão novamente (hahahaha). Antes de terminar o passeio e me despedir do pessoal, acertei minha agenda de passeios com o guia turístico:
- Dia 28/04/2009 passeio a Portillo
- Dia 29/04/2009 passeio a Isla Negra
- Dia 30/04/2009 passeio a Valparaiso e Viña de Mar
Após o almoço, o guia nos deu a opção de conhecer a vinícola Concha Y Toro ou ficar por nossa conta pela cidade. Preferi ficar por minha conta conhecendo outros lugares da cidade.
Fui para o Cerro Santa Lucia (cerro significa morro em português). Santiago foi fundada lá. Logo na entrada do Cerro Santa Lucia, uma feira de artesanato local com produtos muito interessantes. Depois de dar uma olhada na feira, segui em frente. O Cerro Santa Lucia possui um tipo de um portal muito bonito, com uma fonte. No topo do morro tem uma antiga fortaleza cuja construção data do mesmo período da fundação de Santiago, na verdade, Santiago começou lá. Além da fortaleza existe o Castillo Hidalgo, uma residência enorme, muito antiga, mas infelizmente não tive acesso a ela para ver com mais detalhes. Tive que me contentar só com a fortaleza mesmo. Andei por todos os cantos, subindo escadarias de pedra e passando por frestas entre rochas para ter acesso a diversos pontos da fortaleza. No topo da torre mais alta, pode-se ter uma vista magnífica de Santiago, com a Cordilheira dos Andes ao fundo.
Durante meu passeio, tive a oportunidade de conhecer duas garotas, uma de Santiago e outra da República Dominicana que moravam nos Estados Unidos e estavam em férias em Santiago. Super simpáticas! Conversamos, tiramos fotos e passamos algum tempo rindo de algumas experiências que contamos uns para os outros.
Terminei o passeio no Cerro Santa Lucia no final da tarde. Fui visitar uma tipo de calçadão que existe bem em frente, só com produtos artesanais.
Quando saí de lá já era noite. Fui jantar, retornei ao hotel, tomei um banho e fui dormir. Nos próximos três dias eu iria conhecer outros lugares e só voltaria a andar por Santiago à noite, quando sairia para jantar.
No dia 01/05/2009 retornaria ao Brasil. Neste dia, levantei de manhã bem cedo para tirar as últimas fotos de Santiago. Fui até umas ruas próximas do meu hotel que eram conhecidas por terem construções dos anos 20, especialmente no cruzamento entre as ruas Londres e Paris. Tanto as ruas quanto as calçadas são de pedras. Ao passar pela frente de uma das construções, enrosquei a sola de minha bota em algo que eu pensava ser uma das pedras da rua, mas não era. Bem na frente daquele prédio, havia várias placas de metal no chão, da mesma medida que as pedras. As placas eram intercaladas com a pedras no chão. Em cada placa de metal havia o nome de uma pessoa e sua idade. Fiquei surpreso ao ver que as idades iam de 18 a 25 anos. A princípio imaginei que aquelas pessoas haviam morrido ali na rua. Ao olhar para a porta de entrada do prédio, notei uma placa maior fixada no chão, explicando que na época da ditadura militar do Chile, aquelas pessoas cujos nomes estavam nas placas do chão, foram levadas para aquele prédio, torturadas e mortas. Embora estivesse bastante tentado a fotografar tudo aquilo, lembrei-me que tenho por regra jamais fotografar qualquer coisa que seja negativa. Guardei a máquina fotográfica no bolso e fui embora.
Retornei ao hotel. Era hora de ir. Peguei minha mala, fechei a conta no hotel e fui esperar o receptivo que iria me levar ao aeroporto. O retorno ao Brasil foi bem tranqüilo. Cheguei em casa já era tarde da noite.
E agora? Agora voltaria ao trabalho e esperaria pelas próximas férias...
Minha impressão: De um modo geral, o povo chileno acolhe muito bem os brasileiros. Em alguns lugares, a diferença de tratamento é bastante evidente. Ao saber que você é brasileiro, as pessoas começam a lhe dar um tratamento especial, são muito mais amáveis, contudo, cuidado com os espertos! Santiago oferece uma grande variedade de lugares para se ir à noite, especialmente danceterias e casas de shows.
Na região de Santiago chove praticamente durante 3 meses do ano: Julho, Agosto e Setembro. O restante do ano é seco. Sabe quando você fica com a garganta e as narinas secas... prepare-se para sentir-se assim o tempo inteiro que estiver em Santiago.
( Texto e fotos: Wilson Luiz Negrini de Carvalho )