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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

EDUCADOR : O QUE EU GOSTO NA PEDAGOGIA WALDORF


Durante este texto uso a palavra CRECHE, mas entenda-se qualquer entidade de ensino infantil.

Que fique claro também que não estou me referindo a nenhuma entidade ou pessoa em específico.

Quero apenas deixar minha opinião sobre um tema que está relacionado com educação infantil.

Quando refiro-me à palavra AGENTE EDUCADOR ou PROFISSIONAL DE CRECHE entenda qualquer profissional que atue em educação infantil: professor efetivo, agente educador, estagiário, professor contratado, etc.

No mês passado escrevi sobre o que havia compreendido sobre o método SEGNI MOSSI e os possíveis benefícios de sua aplicação na educação infantil (veja o artigo O PROJETO SEGNI MOSSI).

Hoje falarei sobre os possíveis benefícios que entendo existir ao se usar a pedagogia Waldorf na educação infantil.

Tudo começou com a introdução do conceito de ANTROPOSOFIA, que significa "conhecimento do ser humano", pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner no início do século XX.

Para que eu pudesse entender melhor todo este contexto, busquei informações e referências bibliográficas no site da Sociedade Antroposófica no Brasil (http://www.sab.org.br).

Embora tenha me agradado bastante, a Antroposofia é algo muito profundo, é não é o tema de hoje.

O que nos interessa é que a pedagogia Waldorf, introduzida também por Rudolf Steiner, não por mera coincidência, baseia-se nos princípios da Antroposofia.

Buscando falar de algo mais prático, entendi que a pedagogia Waldorf "enxerga" a criança como um ser humano de forma integral, em todos os seus aspectos de vida: físico, intelectual, artístico e espiritual.

Leva em conta o fato inquestionável de que cada ser humano é diferente, tendo interesses diferentes, com graus de desenvolvimento diferentes.

Ao me lembrar do que aprendi quando estudei o conceito e os princípios de inteligências múltiplas, um tema completamente diferente, vejo uma enorme similaridade de conceitos, e principalmente resultados obtidos, com a pedagogia Waldorf.

Lendo o capítulo de apresentação das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica no Brasil, temos que "A educação deve proporcionar o desenvolvimento humano na sua plenitude, em condições de liberdade e dignidade, respeitando e valorizando as diferenças".

Vamos pensar juntos... Se somarmos todos estes conceitos, alguns redundantes, mas necessários, temos em nossas mãos tudo o que precisamos para uma sociedade formada por indivíduos com competências de todos os tipos e real poder de transformação.

Assisti a vários vídeos de escolas que usam pedagogia Waldorf no Brasil e no exterior, e ao ver a liberdade de escolha das crianças, o contato com a natureza e principalmente elementos "não estruturados" para que a mesma pudesse desenvolver o aprendizado de sua preferência, mesmo não estando participando daquele momento, senti-me feliz, e imaginei-me no lugar daquelas crianças.

Não sei como, nem o por quê, mas lembrei-me da época em que estava no ensino infantil, em Taubaté (SP). Minha primeira escola chamava-se Coelhinho Branco e a outra Colégio São Luís. Lembro-me que era uma chatice, e que eu odiava tudo aquilo cheio de regras, que aquilo de certa forma impedia-me de ser quem eu queria ser - NADA A VER com pedagogia Waldorf. Graças a Deus eu ficava só meio período na escola.

Mas o que veio ainda mais forte em minha lembrança, foram os momentos em que eu passava o outro "meio período" na casa de minha avó. Para que o leitor entenda melhor, preciso explicar que por ser hiperativo, quando eu era criança ninguém me aguentava dentro de casa, e se não estivesse chovendo ou muito frio, ficava no quintal o tempo inteiro, até a hora de meus pais chegarem do trabalho para me levarem para casa. Para você entender o contexto, há poucos anos, fui à Taubaté e passei em frente à casa que foi da minha avó, e para minha surpresa, havia uma escola infantil instalada lá. Há mais de 50 anos eu explorava todo este espaço sozinho, realizava meus aprendizados, ganhava muitas de minhas competências que viria a usar no futuro, exercitava meu pensamento não linear e minha criatividade.

Minha experiência com objetos não estruturados foi extremamente rica. Qualquer pedaço de pau transformava-se em um animal, um trem, um carro, uma arma. Entre os galhos das árvores existentes no enorme quintal, existiam animais e seres imaginários com os quais tinha longos e verdadeiros debates mentais. Inventava músicas para o odiado gato de minha tia, o Bolinha, com o parco repertório de palavrões que sabia na época. Desenvolvia estratégias, lógicas, ideias únicas - TUDO A VER com a pedagogia Waldorf.

Coisas de criança, mas que a neurociência explica serem fundamentais para que quando adulto, esta pessoa esteja mais capacitada, mais apta do que aqueles que passaram o tempo todo na frente da televisão, e mais atualmente, em frente a celulares, "tablets" e computadores. E como mencionei neurociência, aprendi há pouco tempo que até a idade de 5 anos, toda criança tem pelo menos 80% de suas conexões neuronais voltadas ao aprendizado não formal, e que as conexões não utilizadas, não aproveitadas, que não retiveram conhecimentos, serão definitivamente descartadas a partir dos 6 anos de idade.

Por qual motivo citei o projeto Segni Mossi ao falar da pedagogia Waldorf? Porque entendo que existe uma íntima ligação entre o primeiro e o aspecto do desenvolvimento integral do ser humano.

Quero deixar claro que este texto é uma "visão" de uma pessoa que NÃO É FORMADA em Pedagogia, mas sim em Processamento de Dados, e que nem por isso, deixa de ser alguém pensante, capaz de estudar por conta própria, aprender e desenvolver novos conceitos e ideias.

Desde criança aprendi que ouvir a opinião de alguém que está "de fora", pode trazer uma nova percepção sobre um assunto que pode estar "engessado" demais por pessoas com ideias pré-concebidas ou contaminadas.

Como agente educador, faço alguns questionamentos, agora que tenho este conhecimento: Como posso usar estes conceitos a favor das crianças com as quais trabalho? Quais exemplos práticos posso aplicar durante meu dia de trabalho com as crianças?

E você, leitor que trabalha na área da Educação, o que responderia a estas duas perguntas?

Desejo um bom trabalho a todos, e vamos oferecer o melhor para as nossas crianças!

Para você que trabalha em creches, deixo a dica de um livro interessante:


quinta-feira, 10 de setembro de 2020

EDUCADOR : O PROJETO SEGNI MOSSI


Durante este texto uso a palavra CRECHE, mas entenda-se qualquer entidade de ensino infantil.

Que fique claro também que não estou me referindo a nenhuma entidade ou pessoa em específico, salvo se for evidentemente citado no texto..

Quero apenas deixar minha opinião sobre um tema que está relacionado com educação infantil.

Quando refiro-me à palavra AGENTE EDUCADOR ou PROFISSIONAL DE CRECHE entenda qualquer profissional que atue em educação infantil: professor efetivo, agente educador, estagiário, professor contratado, etc.

Este texto é resultado do que tenho aprendido a respeito do projeto SEGNI MOSSI em vídeos e sites especializados em educação mundo afora.

Recomendo uma visita ao site oficial do projeto (https://www.segnimossi.net).

O projeto SEGNI MOSSI nasceu da junção das ideias do artista visual Alessandro Lumare e da coreógrafa Simona Lobefaro, e segundo o próprio site, tem como objetivo investigar a interação entre a dança e os sinais gráficos, mais especificamente o desenho livre, aleatório.

Pelo que se pode observar nos vários vídeos publicados sobre este tema, as crianças têm total liberdade para expressar o movimento de seus corpos, muitas vezes gerando simultaneamente um desenho.

Como as atividades são sempre acompanhadas de alguma música, as expressões corporais parecem tomar mais espontaneidade, assim como mais vigor.

O interessante é que cada prática pode potencialmente gerar oportunidades de autoconhecimento, crescimento pessoal, e o gosto pela exploração.

Conforme indicado no próprio site, as atividades podem proporcionar experiências de "admiração ao observar as coisas sob uma nova perspectiva, enfatizar a percepção de continuidade, fluidez e disponibilidade ao deixar as coisas acontecerem, focar no relacionamento com o outro, explorar a ideia da leveza, do inesperado e da surpresa, e finalmente demonstrar as consequências imediatas e futuras dos movimentos corporais".

A maioria das atividades parecem ser de realização super simples, com pouco material, contudo, é possível registrar no semblante das crianças a felicidade e o entusiasmo pelas experiências vividas e descobertas alcançadas. Isto quer de dizer que basta ter um pouquinho de boa vontade por parte do agente educador ou do professor para que as crianças possam vivenciar experiências únicas em suas vidas. Infelizmente tem profissional que vai para a creche apenas para cumprir horário e realizar o mínimo de atividades necessárias para continuar garantindo seu emprego.

Voltando ao tema e fazendo um paralelo com o que é prescrito pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), não pude deixar de notar a similaridade de muitos aspectos do Projeto Segni Mossi com o que está definido como as "Competências Gerais da Educação Básica".

Mais bacana ainda é que dentro do escopo abrangido pelo projeto Segni Mossi, ele é totalmente aderente ao conceito de Educação Integral, assim como ao preceito de reconhecer que existe uma complexidade e uma não linearidade naquilo que é vivenciado por cada criança, e no aprendizado que resulta disto.

Saiba ainda que ao praticar as atividades propostas, as crianças desenvolvem as demais formas de linguagens, que não a falada, conforme preconiza uma das "Competências Gerais da Educação Básica".

Que jamais seja considerado como interferência no processo de auto-aprendizagem o fato de existir uma proposição inicial de um adulto. Ela serve apenas como um "gatilho" para disparar a ação da criança.

Recomendo àqueles que realmente querem quebrar paradigmas na educação e também elevar sua competência como educador a um próximo patamar, que leve em consideração a possibilidade de adotar o Projeto Segni Mossi em suas atividades. O que o impede?

Desejo um bom trabalho a todos, e vamos oferecer o melhor para as nossas crianças!

Para você que trabalha em creches, deixo a dica de um livro interessante:

domingo, 17 de maio de 2020

EDUCADOR : APRENDENDO SOBRE O PERFIL COMPORTAMENTAL DAS CRIANÇAS


Durante este texto uso a palavra CRECHE, mas entenda-se qualquer entidade de ensino infantil.

Que fique claro também que não estou me referindo a nenhuma entidade ou pessoa em específico.

Quero apenas deixar minha opinião sobre um tema que está relacionado com educação infantil.

Quando refiro-me à palavra AGENTE EDUCADOR ou PROFISSIONAL DE CRECHE entenda qualquer profissional que atue em educação infantil: professor efetivo, agente educador, estagiário, professor contratado, etc.

O atendimento prestado a crianças por professores e educadores começou a chamar minha atenção muito tempo antes de eu me tornar um agente educador. Frequentemente sou convidado para festas  escolares diversas de algumas crianças que me são muito queridas, que sempre estudaram em escolas particulares. Como uma pessoa extremamente observadora que sou, comecei a notar a postura profissional dos professores e educadores que cuidavam delas durante as festas, e confesso que ficaria bastante preocupado se meus filhos estivessem sobre os cuidados daquelas pessoas. Talvez num "prenúncio" do que eu viria a me tornar profissionalmente em um futuro próximo, por mais de uma vez tive que cuidar da segurança e integridade física de crianças que eu não deveria estar cuidando, pois não tinha qualquer contato com a maioria delas, até aquele presente momento. Havia gente sendo paga para isto, que não estava cumprindo com sua obrigação. Esta situação gerou em mim a vontade de começar a escrever sobre coisas que ocorrem dentro deste contexto, e é por isso que há mais de um ano comecei a publicar textos sobre este tema, depois que me tornei agente educador.

A primeira vez que tive contato com perfis comportamentais foi em 2008, quando comecei meu aprendizado sobre neurociência, hipnose clínica e programação neurolinguística.

Chamados também de tipos de temperamentos ou perfis psicológicos, originalmente são denominados de sanguíneo, fleumático, colérico e melancólico.

Como você pode ver, os termos usados para descrevê-los são um pouco negativos e até pejorativos. Por isso, quando aprendi sobre isto, quem me ensinou, associou um animal a cada um dos perfis. São eles: lobo, tubarão, gato e águia, e daqui para frente, é assim que tratarei.

Cada perfil tem seus pontos fortes, mas tem também os pontos fracos, que costumo chamar de oportunidades de melhoria.

É importante ressaltar que via de regra a pessoa possui os 4 tipos de perfil, mas normalmente temos um ou dois predominantes no comportamento dela.

Para o agente educador, conhecer o mínimo que seja sobre perfis comportamentais pode ajudar a entender o que se passa com uma criança (e também com adultos), a melhorar a comunicação com ela, a entender os pontos de conflito entre as crianças, e principalmente, ajudar a desenvolver as competências comportamentais que faltam em cada tipo de perfil e ainda aprimorar os perfis mais "fracos".

Vou agora explicar um pouquinho sobre cada tipo de temperamento, seus pontos fortes e pontos de melhoria.


TUBARÃO

A palavra que pode se aproximar mais da definição do que é um indivíduo com o perfil predominante tubarão é AGILIDADE (fazer RÁPIDO).

Imagine a seguinte situação: a família está sentada à mesa fazendo uma refeição, e o pai comenta sobre a possibilidade remota de no fim de semana a família ir viajar para a praia. A criança imediatamente termina a refeição, levanta da mesa, vai para o quarto e em menos de 5 minutos está com a mala pronta para viajar. Este é o típico "tubarão".

Pontos positivos do perfil tubarão: é ágil, firme, exigente, ativo, por vezes corajoso, prático, independente, proativo, com foco em resultados.

Pontos a serem melhorados: obstinação, irritação, falta de paciência em esperar, impusividade, tendência à vingança e em casos mais sérios é violento.

Se você quer alguém para iniciar um projeto de qualquer tipo, escolha um tubarão. Apenas um alerta: por conta da preocupação com a pressa, é comum as coisas serem feitas de forma incompleta ou com baixa qualidade.


LOBO

A palavra que pode se aproximar mais da definição do que é um indivíduo com o perfil predominante lobo é ORGANIZAÇÃO (fazer CERTO).

Você entra no quarto da criança e vê que cada coisa está em seu lugar, mantida e arrumada pela própria criança, que também é cheia de regras e manias. É o típico "lobo".

Pontos positivos do perfil lobo: perfeccionismo, organização, planejamento, pontualidade, conservadorismo, atenção a detalhes, controlado, age com a razão.

Pontos a serem melhorados: timidez, falta de flexibilidade, querer que as coisas sempre sigam o mesmo padrão, dificuldade em inovar e correr riscos, materialismo, frieza nos relacionamentos, isolamento, não gostar de trabalhar em grupo.

Se você quer alguém para planejar e organizar todos os detalhes de um projeto, escolha um lobo.


GATO

A palavra que pode se aproximar mais da definição do que é um indivíduo com o perfil predominante gato é SOCIABILIDADE (fazer JUNTO).

Sabe aquela criança que gosta de tocar, abraçar, beijar, ficar no colo o tempo inteiro? É um típico "gato".

Pontos positivos do perfil gato: é sociável, amável, extrovertido, lidera pelo exemplo, adora fazer as coisas junto com outras pessoas, participa de tudo que pode, animado, contagiante, tem postura amorosa e calor humano.

Pontos a serem melhorados: preguiça, é sensível, volúvel, se dói com as menores críticas, exagera na expansibilidade, excesso de credulidade, desorganização e indisciplina.

Se você quer alguém para ser o "relações públicas" de um evento, escolha um gato.


ÁGUIA

A palavra que pode se aproximar mais da definição do que é um indivíduo com o perfil predominante águia é INOVAÇÃO (fazer DIFERENTE).

Sabe aquela criança que sempre está inventando uma brincadeira diferente, uma maneira variada de brincar com o mesmo brinquedo? Aí temos uma "águia".

Pontos positivos do perfil águia: inovação, criatividade, imaginação, ser surpreendente, ter percepção genérica dos fatos, ser idealista.

Pontos a serem melhorados: desatenção, imprevisibilidade, dificuldade em perceber detalhes, tendência a coisas utópicas, divagação frequente.

Se você quer realizar um projeto inovador, escolha uma águia.


Antes de tornar-me agente educador, eu estava ministrando aulas de informática para adolescentes em escolas técnicas. Ao final do curso, os alunos precisavam apresentar um Trabalho de Graduação, o famoso "TG", onde tinham que demonstrar suas competências técnicas, mas também suas competências comportamentais, para que estivessem aptos a assumir uma posição em uma empresa tão logo terminassem seus cursos.

Com autorização da direção e coordenação pedagógica das escolas, eu aplicava um teste de perfil comportamental nos alunos e montava os grupos de trabalho, baseado nos resultados.

Deliberadamente e com anuência de minha chefia, colocava perfis conflitantes para trabalharem juntos, não por maldade, mas para desenvolver nos alunos a competência de trabalhar com pessoas que não gostam, já que no mundo empresarial, você jamais conseguirá escolher com que tipo de gente vai trabalhar.

Com o passar do tempo, ganhando experiência em observar, você vai perceber (ou não), que os tubarões não têm paciência com o perfil "viajante" das águias, e os gatos se ressentem da frieza e franqueza contundente dos lobos.

O conhecimento dos perfis comportamentais pode ajudar muito nas tarefas de agente educador, e mais ainda. Caso queira exceder expectativas, você pode também ajudar as crianças a desenvolverem competências comportamentais positivas que serão úteis pelo resto da vida delas.

Você pode realizar GRATUITAMENTE um teste de perfil comportamental para conhecer qual é o seu. Acesse o PORTAL ELLEVEN. Ao se cadastrar lá, forneça um endereço de e-mail válido, pois é através dele que você vai ativar seu acesso ao portal. A cada três meses você pode repetir o teste.

Desejo um bom trabalho a todos, e vamos oferecer o melhor para as nossas crianças!

Para você que trabalha em creches, deixo a dica de um livro interessante:


terça-feira, 7 de abril de 2020

EDUCADOR : CONHECER "LINGUAGEM CORPORAL"


Durante este texto uso a palavra CRECHE, mas entenda-se qualquer entidade de ensino infantil.

Que fique claro também que não estou me referindo a nenhuma entidade ou pessoa em específico.

Quero apenas deixar minha opinião sobre um tema que está relacionado com educação infantil.

Quando refiro-me à palavra AGENTE EDUCADOR ou PROFISSIONAL DE CRECHE entenda qualquer profissional que atue em educação infantil: professor efetivo, agente educador, estagiário, professor contratado, etc.

O atendimento prestado a crianças por professores e educadores começou a chamar minha atenção muito tempo antes de eu me tornar um agente educador. Frequentemente sou convidado para festas  escolares diversas de algumas crianças que me são muito queridas, que sempre estudaram em escolas particulares. Como uma pessoa extremamente observadora que sou, comecei a notar a postura profissional dos professores e educadores que cuidavam delas durante as festas, e confesso que ficaria bastante preocupado se meus filhos estivessem sobre os cuidados daquelas pessoas. Talvez num "prenúncio" do que eu viria a me tornar profissionalmente em um futuro próximo, por mais de uma vez tive que cuidar da segurança e integridade física de crianças que eu não deveria estar cuidando, pois não tinha qualquer contato com a maioria delas, até aquele presente momento. Havia gente sendo paga para isto, que não estava cumprindo com sua obrigação. Esta situação gerou em mim a vontade de começar a escrever sobre coisas que ocorrem dentro deste contexto, e é por isso que há mais de um ano comecei a publicar textos sobre este tema, depois que me tornei agente educador.

A primeira vez que tive contato com o tema de linguagem corporal foi em 1989. Na época eu trabalhava na área de informática da Embraer, e estava alocado na seção de Recrutamento e Seleção para atender especificamente as necessidades deles. Alem do chefe, tinha como colegas no trabalho diário 18 psicólogos.

Aprendi muitas coisas legais com eles, que até hoje me servem para a vida. Uma das psicólogas apresentou-me o livro chamado O CORPO FALA.

Em 2008 quando fiz meus cursos de prática de Neurociência, Hipnose Clínica e Programação Neurolinguística (PNL), tive um aprendizado muito mais completo.

É importante ressaltar que a expressão verbal, quer dizer, a fala, representa aproximadamente 10% da nossa comunicação. Algumas fontes afirmam que mais de 90% de nossa comunicação é feita de forma não verbal. Dentro deste contexto, saber reconhecer o que está se passando com uma pessoa, o que ela está querendo comunicar de forma não verbal, é essencial para um bom relacionamento.

Atuando como agente educador, este conhecimento é fundamental para ajudar a saber o que se passa com as crianças, mesmo sem a manifestação verbal delas.

Conhecer a linguagem corporal impede muitas vezes que cometamos erros ou excessos, permite estabelecer alguns limites de conduta profissional.

Além disso, podemos usar os mesmos conhecimentos, ou seja, nossa expressão corporal, para transmitir de forma mais eficaz a nossa mensagem para as crianças. O resultado na comunicação é muito melhor.

A linguagem corporal permite identificar facilmente os momentos de tristeza, más intenções, tentativas de mentira, e de coisas boas também. Por sinal pode ser usado quando interagimos com adultos também.

Em PNL aprendemos uma coisa chamada MCRI (Movimento Corporal Correspondente às Representações Internas) que são pequenos sinais físicos, às vezes muito sutis, imperceptíveis a pessoas que não foram treinadas para percebê-los, que podem se manifestar pelo corpo, mas normalmente são manifestados no rosto, e que indicam claramente o sentimento que a pessoa está tendo naquele instante. Obviamente que você não saberá o que é que a pessoa está pensando, mas poderá ter uma boa noção do que ela está sentindo internamente. Normalmente não devemos e nem podemos falar para as pessoas o que percebemos, mas podemos usar isso para conduzir a interação que estamos tendo para uma situação positiva, ou não, dependendo da intenção da pessoa.

Apenas por brincadeira, vamos fazer de conta que a foto acima é algo real, e não uma pose criada para ser fotografado. Vou fazer uma rápida análise da foto: a criança em questão, se tiver um padrão normal (não vou explicar o que é isso agora),  está relatando algo sobre um som ou algo que ela disse que ouviu alguém falar, e isto está sendo criado na sua mente naquele instante, ou seja, é uma mentira auditiva, e além disso, está indicando claramente que não fará absolutamente nada daquilo que a pessoa, sua interlocutora, está falando para ela fazer.

Como você pode ver, uma simples imagem diz muita coisa para aqueles que sabem interpretá-la.

Entendo que este é um treinamento muito válido que poderia ser ministrado para profissionais que trabalham em creches, que poderia ser muito útil não só em suas vidas profissionais, mas também pessoais. Tenho certeza que a qualidade de atendimento iria melhorar muito.

Mesmo sem treinamento, os profissionais de creche mais dedicados podem, se quiserem, ler livros a respeito do assunto.

Desejo um bom trabalho a todos, e vamos oferecer o melhor para as nossas crianças!

Deixo a sugestão de um livro muito bacana sobre linguagem corporal, com várias ilustrações:


Para você que trabalha em creches, deixo a dica de um livro interessante:


sábado, 29 de fevereiro de 2020

EDUCADOR : A IMPORTÂNCIA DO ABRAÇO


Durante este texto uso a palavra CRECHE, mas entenda-se qualquer entidade de ensino infantil.

Que fique claro também que não estou me referindo a nenhuma entidade ou pessoa em específico.

Quero apenas deixar minha opinião sobre um tema que está relacionado com educação infantil.

Quando refiro-me à palavra AGENTE EDUCADOR ou PROFISSIONAL DE CRECHE entenda qualquer profissional que atue em educação infantil: professor efetivo, agente educador, estagiário, professor contratado, etc.

O atendimento prestado a crianças por professores e educadores começou a chamar minha atenção muito tempo antes de eu me tornar um agente educador. Frequentemente sou convidado para festas  escolares diversas de algumas crianças que me são muito queridas, que sempre estudaram em escolas particulares. Como uma pessoa extremamente observadora que sou, comecei a notar a postura profissional dos professores e educadores que cuidavam delas durante as festas, e confesso que ficaria bastante preocupado se meus filhos estivessem sobre os cuidados daquelas pessoas. Talvez num "prenúncio" do que eu viria a me tornar profissionalmente em um futuro próximo, por mais de uma vez tive que cuidar da segurança e integridade física de crianças que eu não deveria estar cuidando, pois não tinha qualquer contato com a maioria delas, até aquele presente momento. Havia gente sendo paga para isto, que não estava cumprindo com sua obrigação. Esta situação gerou em mim a vontade de começar a escrever sobre coisas que ocorrem dentro deste contexto, e é por isso que há mais de um ano comecei a publicar textos sobre este tema, depois que me tornei agente educador.

Quando tive meu primeiro contato com a neurociência e programação neurolinguística, durante um curso que realizei em janeiro de 2008, uma das primeiras coisas que aprendi foi a maneira correta de se abraçar alguém, o chamado "abraço coração a coração".

Literalmente tivemos duas pessoas nos ensinando a abraçar.

Não só durante este curso, mas também durante todos os outros cursos que fiz a seguir sobre o mesmo tema, o grupo todo se abraçava constantemente. Isto nos fazia muito bem.

Fui procurar saber mais sobre o motivo dos instrutores incentivarem frequentemente a troca de abraços.

Nosso corpo produz naturalmente alguns hormônios, e um deles é conhecido como OXITOCINA ou OCITOCINA. Seu corpo produz naturalmente a OXITOCINA se você for abraçado por uma pessoa por pelo menos 15 segundos.

Vou tentar simplificar ao máximo a explicação. Conhecido também como o hormônio do amor, uma das suas funções é estreitar o vínculo afetivo entre mãe e filho. Ele também está ligado à sensação de bem estar físico e de segurança, além de outras mais pertinentes à vida e comportamento adulto.

Abraçar uma criança, principalmente as mais inseguras, traz um enorme benefício a ela. Além dos benefícios citados acima, o estreitamento dos laços de confiança entre o educador e a mesma torna-se muito grande.

Quando fui trabalhar em creche, já tinha este e outros conhecimentos importantes, e usei-os plenamente para ajudar as crianças.

Eu acho muito legal, por exemplo, quando as crianças estão brincando no parque e de repente uma delas interrompe o que está fazendo e vem até mim para dar-me um abraço, na verdade para receber um abraço.

Esporadicamente, algumas crianças de outras salas, que não têm qualquer tipo de relacionamento comigo, ao verem os coleguinhas se abraçando comigo, vêm também receber um abraço, que nunca é negado por mim. Acabam criando vínculos comigo, por vezes demonstrando uma ligeira preferência por mim do que pelo educador que fica em tempo integral com elas.

O vínculo que as crianças têm comigo fica ainda mais forte pelo fato de eu conversar olhando nos olhos, usando da mesma linguagem que elas e sempre dizendo a verdade, por mais difícil que seja.

É claro que sempre devemos evitar os abusos ou excesso de mimo, que neste caso já têm outro significado e que ao invés de ajudar, atrapalham a criança.

Uma coisa legal que aprendi em neurociência é que uma criança dificilmente fará o que você disser para ela fazer. Ela vai fazer o que você fizer. Vai imitar sua atitude.

Uma mãe que fala para uma criança não mentir, mas a criança vive vendo a mãe mentir para os outros, irá repetir o comportamento da mãe: irá mentir.

Assim como em grandes corporações, você, como educador, deve liderar pelo exemplo.

Voltando ao assunto do abraço, já vi educadores que são frios como gelo. Não só para eles, mas para todos os educadores, dar um abraço respeitoso não mata ninguém, não custa, e o mais interessante, os dois são beneficiados pelos efeitos do abraço.

Adicionalmente, você nunca sabe que tipo de carinho e atenção a criança recebe em casa, em alguns casos, pelo contexto todo em que vejo a criança inserida, imagino até se recebe algum.

Quero deixar um recado para os pais ou responsáveis...

Nas minhas práticas de neurociência e programação neurolinguística, participei de uma dinâmica de grupo em que através do uso de técnicas de PNL, vivenciei a situação fictícia de que teria apenas 10 minutos de vida, e neste tempo, teria que escrever uma carta aos meus entes queridos. A cada minuto que passava o instrutor nos lembrava do tempo restante e de outras coisas significativas. Foi durante esta dinâmica que percebi a importância das pessoas na minha vida e o quanto eu estava negligenciando meu relacionamento com elas, pois achava que a vida era eterna, que elas e eu estaríamos ali o tempo todo, e que um abraço ou uma simples manifestação de carinho poderia ser deixada para depois. Nunca mais perdi uma oportunidade de abraçar alguém que valorizo, parentes ou amigos.

Por que contei esta história? Para incentivar pais a abraçarem mais os seus filhos. Vocês nunca vão saber quando será a última vez que os verão. Um abraço não custa nada.

Vamos dar o melhor para nossas crianças!